sexta-feira, 22 de julho de 2011

História do Perfume

Do latim per fumus, a palavra perfume significa “através do fumo”, numa clara alusão à arte de confeccionar aromas irresistíveis, uma arte que existe há milhares de anos. Ao longo da sua história, o perfume já desempenhou vários papéis: uma substância sagrada, terapêutica, uma forma de embelezamento do corpo e uma arma de sedução.

Depois de o homem ter descoberto o fogo, depressa aprendeu que a queima de algumas madeiras, resinas e ervas, libertavam aromas agradáveis e tudo o que era agradável os povos primitivos utilizavam para agradar aos deuses.

Esta prática foi adotada pelos Egípcios que, através de rituais específicos, queimavam substâncias aromáticas diferentes horas distintas do dia. O papel do perfume nos rituais religiosos foi dominante até ao século XVI a.C. A partir dessa altura, ou seja, entre os anos 1580 e 1085 a.C., os perfumes eram utilizados de duas maneiras: ou queimados na forma de incenso ou aplicados no corpo através de bálsamos e óleos perfumados com intuitos médicos, mas também cosméticos, aos quais as mulheres egípcias começaram a recorrer com freqüência, utilizando-os como armas de sedução.

Diz-se que Cleópatra era perita nesta arte, mas também na arte de confeccionar os seus próprios perfumes. Aliás, os egípcios começaram a utilizar os seus vastos conhecimentos na área para criar os óleos necessários para embalsamar os seus mortos, prática que dominaram como mais ninguém. Da sua contribuição para a história do perfume ficaram ainda alguns dos primeiros frascos de perfume em vidro.

As fragrâncias perfumadas seguiram depois para todo o mundo. Na Índia, e depois de uma utilização inicial estritamente religiosa, tornaram-se num dos maiores prazeres das mulheres indianas, que passavam horas a fio submersas em banhos perfumados ou a untarem o corpo com óleos divinais. Nessa altura, uma mulher que não estivesse perfumada, era uma mulher que não estava bem! Na China e no Japão, os perfumes não eram diretamente aplicados no corpo, mas eram utilizados para pulverizar os quimonos ou usados num saquinho ao pescoço.

Seguiu-se uma paragem na Grécia, onde o perfume viveu um dos primeiros de três marcos importantes de sua história. Os gregos aperfeiçoaram a técnica dos egípcios, ao juntarem óleos perfumados com flores, às especiarias, bálsamos e gomas. Na realidade, introduziram a técnica de maceração, que implicava a imersão de substâncias orgânicas (neste caso utilizavam principalmente rosas, lírios e violetas) em óleos quentes. Na Grécia, os heróis falecidos em combate eram homenageados com a queima de perfumes e Hipócrates utilizou-os na prática medicinal, no entanto, estes aromas continuaram a ser fonte de muitos prazeres.

Centro de todos os luxos e excessos, não é difícil de imaginar o sucesso do perfume quando da sua chegada ao Império Romano. Desde pulverizar as solas das suas sandálias e as cabeças dos convidados de qualquer banquete, às soleiras das portas e as bandeiras militares para trazer sorte, a vida romana era afogada em perfumes inebriantes!

Reza a história que quando Cleópatra deixava Marco António, ordenava que as velas do seu navio fossem embebidas em perfume, para que o vento deixasse um rasto para o seu amante. Acima de tudo, os romanos destacaram-se pela forma como desenvolveram e melhoraram a arte de confeccionar perfumes, nomeadamente as técnicas de maceração e de enfleurage (saturação de uma gordura através de pétalas perfumadas). No entanto, as invasões bárbaras, a queda do Império Romano e os tempos que se seguiram, depressa fizeram esquecer o suntuoso perfume.

Especialistas em especiarias e pós odoríferos, é aos árabes que se deve o segundo marco mais importante da história do perfume: a invenção do método de destilação e dos instrumentos utilizados para fazê-lo – a serpentina e o alambique. O que torna esta descoberta tão especial? A experimentação e posterior uso do álcool como base de todo o perfume, tal como o conhecemos hoje! Mas os árabes não ficaram por aí, inventaram ainda a técnica da purificação de gomas e resinas, com recurso a água de chuva destilada. Os perfumes teriam voltado, e desta vez, para ficar!

O gosto europeu pelo perfume é inegável durante a Idade Média e o Renascimento onde, para além de ser utilizado em inúmeros tratamentos terapêuticos e medicinais (sem esquecer a utilização de alecrim nas fumigações contra a peste!), o perfume ganha um novo estatuto ao ser aplicado em colarinhos perfumados, rosários e “almofadas” aromáticas, estas últimas para trazer ao pescoço ou em forma de pulseira. A famosa “água de Hungria” – talvez o primeiro perfume pessoal – concebido em 1370 à base de rosa, hortelã, erva-cidreira, limão, alecrim e flor de laranjeira, liderou o mercado da perfumaria durante vários séculos.

Os italianos, espanhóis e franceses encarregaram-se de divulgar esta preciosidade fragrante à restante Europa, o que veio mesmo a calhar, sendo que, nos séculos XVI e XVII os perfumes fortes substituíram, literalmente, a higiene pessoal! Nesta altura, estar “limpo” não era tomar banho e lavar o cabelo, mas sim perfumar todo o corpo (cabelo e hálito incluídos!) com pós, pomadas, óleos e águas aromáticas. Uma loucura total que passou para outros gestos do cotidiano onde tudo era perfumado: desde cartas e almofadas, a perucas, leques e objetos religiosos!

Com o lançamento das luvas perfumadas em França, no século XVII, os franceses tomaram-lhe o gosto e a indústria da perfumaria estabeleceu-se rapidamente, sendo Paris o seu quartel-general. Os produtores de perfumes ficaram ainda conhecidos por criarem venenos disfarçados como perfumes, um dos quais matou uma duquesa francesa que morreu depois de calçar um par de luvas “perfumadas”, que permitiu a infiltração do veneno na sua pele. A corte de Louis XV foi até batizada de “corte perfumada”, devida à quantidade de perfume que era pulverizado nas roupas, leques e mobília do palácio.

O século XVIII trouxe perfumes mais doces e suaves, lançou grandes nomes da perfumaria mundial (Fargeon, Lubin, Houbigant…), introduziu a primeira água-de-colônia e uma variedade de frascos que apelavam tanto quanto os perfumes que continham. Nem a Revolução Francesa travou o gosto pela perfumaria, tendo existido, inclusive, o "Parfum a la Guillotine." As preferências de Napoleão (que gastava 60 frascos de jasmim todos os meses!) também se fizeram saber e como apenas tolerava a água-de-colônia, os perfumes masculinos e os femininos passaram a ser diferenciados. A sua esposa, Josefina, preferia as fragrâncias intensas, à base de almíscar, tanto até que sessenta anos após a sua morte, ainda se sentia o perfume no seu boudoir (close, quarto, banheiro).

Com a viragem de um novo século, também o mundo da perfumaria assistiu a muitas novidades. Às casas de perfume francesas, juntaram-se as inglesas, entre muitas outras, e utilizar perfumes desta ou daquela casa tornou-se um símbolo de estatuto. A alquimia – que até agora privilegiava o uso de substâncias naturais, animas e vegetais através de técnicas de enflourage, destilação e espremedura – deu lugar à química dos produtos odoríferos de síntese, o que abriu os horizontes da perfumaria, introduzindo uma combinação de aromas possíveis quase infinita!

Foi este o terceiro marco histórico do perfume… que não obstante continuou a apelar a todos os sentidos, até ao olhar, com a crescente importância dos frascos e da apresentação visual do perfume. Depois do lançamento do famoso Chanel No. 5 em 1921, designers e estilistas de todo o mundo aperceberam-se do sucesso inigualável desta indústria.

Hoje, a indústria dos perfumes continua de vento em polpa, com mais de 30 mil fragrâncias conceituadas no mercado. Assinado por um estilista, ator ou estrela, o perfume tornou-se um acessório indispensável para homem e para mulher, está acessível a qualquer pessoa e é uma das prendas mais oferecidas no mundo. É claro que muito mudou em termos de técnicas de produção, matérias-primas utilizadas, formas de apresentação e divulgação, mas uma coisa mantém-se: a aura de mistério e romance em torno de cada novo perfume lançado.

Fonte: http://perfumeperfeito.com/artigos/historia-perfume

Luís Fernando Veríssimo

Luis Fernando Verissimo, escritor e jornalista, nasceu em Porto Alegre, RS, em 26/09/1936. Mais conhecido por suas crônicas e textos de humor, mais precisamente de sátiras de costumes, publicados diariamente em vários jornais brasileiros,

Verissimo é também cartunista e tradutor, além de roteirista de televisão, autor de teatro e romancista bissexto. Já foi publicitário e copy desk de jornal. É ainda músico, tendo tocado saxofone em alguns conjuntos. Com mais de 60 títulos publicados, é um dos mais populares escritores brasileiros contemporâneos.

Viveu parte de sua infância e adolescência nos Estados Unidos, com a família, em função de compromissos profissionais assumidos por seu pai - professor na Universidade de Berkeley (1943-1945) e diretor cultural da União Pan-americana em Washington (1953-1956). Como consequência disso, cursou parte do primário em San Francisco e Los Angeles, e concluiu o secundário na Roosevelt High School, de Washington.

Aos 14 anos produziu, com a irmã Clarissa e um primo, um jornal periódico com notícias da família, que era pendurado no banheiro de casa e se chamava "O Patentino" (patente é como é conhecida a privada no Rio Grande do Sul).

No período em que viveu em Washington, Verissimo desenvolveu sua paixão pelo jazz, tendo começado a estudar saxofone e, em frequentes viagens a Nova York, assistido a espetáculos dos maiores músicos da época, inclusive Charlie Parker e Dizzy Gillespie.

De volta a Porto Alegre em 1956, começou a trabalhar no departamento de arte da Editora Globo. A partir de 1960, fez parte do grupo musical Renato e seu Sexteto, que se apresentava profissionalmente em bailes na capital gaúcha, e que era conhecido como "o maior sexteto do mundo", porque tinha 9 integrantes.

Entre 1962 e 1966, viveu no Rio de Janeiro, onde trabalhou como tradutor e redator publicitário, e onde conheceu e se casou (1963) com a carioca Lúcia Helena Massa, sua companheira até hoje e mãe de seus três filhos (Fernanda, 1964; Mariana, 1967; e Pedro, 1970).

Em 1967, de novo em sua cidade natal, começou a trabalhar no jornal Zero Hora, a princípio como revisor de textos (copy-desk). Em 1969, depois de cobrir as férias do colunista Sérgio Jockymann e poder mostrar a qualidade e agilidade de seu texto, passou a assinar sua própria coluna diária no jornal. Suas primeiras colunas foram sobre futebol, abordando a fundação do Estádio Beira-Rio e os jogos do Internacional, seu clube do coração. No mesmo ano, tornou-se redator da agência de publicidade MPM Propaganda.

Em 1970 transferiu-se para o jornal Folha da Manhã, onde manteve sua coluna diária até 1975, escrevendo sobre esporte, cinema, literatura, música, gastronomia, política e comportamento, sempre com ironia e ideias pessoais, além de pequenos contos de humor que ilustram seus pontos de vista.

Em 1971 criou, com um grupo de amigos da imprensa e da publicidade porto-alegrense, o semanário alternativo O Pato Macho, com textos de humor, cartuns, crônicas e entrevistas, e que vai circular durante todo o ano na cidade.

Em 1973 lançou, pela Editora José Olympio, seu primeiro livro, O Popular, com o subtítulo "crônicas, ou coisa parecida", uma coletânea de textos já veiculados na imprensa, o que seria o formato da grande maioria de suas publicações até hoje. O livro de estreia de Verissimo recebeu elogios do importante crítico literário Wilson Martins, em O Estado de São Paulo.

Em 1975, voltou ao jornal Zero Hora, onde permanece até hoje, e passou a escrever semanalmente também no Jornal do Brasil, tornando-se nacionalmente conhecido. Publicou seu segundo livro de crônicas, A Grande Mulher Nua e começou a desenhar a série As Cobras, que no mesmo ano já rendeu uma primeira publicação de cartuns.

Em 1979, publicou seu quinto livro de crônicas, Ed Mort e Outras Histórias, o primeiro pela Editora L&PM, com a qual trabalharia durante 20 anos. O título do livro refere-se àquele que viria a ser um dos mais populares personagens de Luis Fernando Verissimo. Uma sátira dos policiais noir, imortalizados pela literatura de Raymond Chandler e Dashiell Hammett e por filmes interpretados por Humphrey Bogart, Ed Mort é um detetive particular carioca, de língua afiada, coração mole e sem um tostão no bolso, que passou a protagonizar uma tira de quadrinhos desenhada por Miguel Paiva e publicada em centenas de jornais diários, gerou uma série de cinco álbuns de quadrinhos (1985-1990) e ainda um filme com Paulo Betti no papel-título.

Entre 1980 e 1981, Verissimo viveu com a família por 6 meses em Nova York, o que mais tarde renderia o livro Traçando Nova York, primeiro de uma série de seis livros de viagem escritos em parceira com o ilustrador Joaquim da Fonseca e publicados pela Editora Artes e Ofícios.

Em 1981, o livro O Analista de Bagé, lançado na Feira do Livro de Porto Alegre, esgotou sua primeira edição em dois dias, tornando-se fenômeno de vendas em todo o país. O personagem, criado (mas não aproveitado) para um programa humorístico de televisão com Jô Soares, é um psicanalista de formação freudiana ortodoxa, mas com o sotaque, o linguajar e os costumes típicos da fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai e a Argentina. A contradição entre a sofisticação da psicanálise e a "grossura" caricatural do gaúcho da fronteira gerou situações engraçadíssimas, que Verissimo soube explorar com talento em dois livros de contos, um de quadrinhos (com desenhos de Edgar Vasques) e uma antologia.

Em 1982 passou a publicar uma página semanal de humor na revista Veja, que manteria até 1989.

Em 1983, em seu décimo volume de crônicas inéditas, lançou um novo personagem que também faria grande sucesso, a Velhinha de Taubaté, definida como "a única pessoa que ainda acredita no governo". O ingênuo personagem, que dera a seu gato de estimação o nome do porta-voz do Presidente-General Figueiredo, marcava a decadência do governo militar brasileiro, que já estava quase completando 20 anos. Mas, anos depois, em plena democracia, Verissimo faria reviver a Velhinha de Taubaté, ironizando a credibilidade dos presidentes civis, especialmente Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso.

Em toda a década de 1980, Verissimo consolidou-se como um fenômeno de popularidade raro entre escritores brasileiros, mantendo colunas semanais em vários jornais e lançando pelo menos um livro por ano, sempre nas listas dos mais vendidos, além de escrever para programas de humor da TV Globo.

Em 1986, morou seis meses com a família em Roma, e cobriu a Copa do Mundo para a revista Playboy. Em 1988, sob encomenda da MPM Propaganda, escreveu seu primeiro romance, O Jardim do Diabo.

Em 1989, começou a escrever uma página dominical para o jornal O Estado de São Paulo, mantida até hoje, e para a qual criou o grupo de personagens da Família Brasil. No mesmo ano, estreou no Rio de Janeiro seu primeiro texto escrito especialmente para teatro, "Brasileiras e Brasileiros". E ainda recebeu o Prêmio Direitos Humanos da OAB.

Em 1990, passou 10 meses com a família em Paris e cobriu a Copa da Itália para os jornais Zero Hora, Jornal do Brasil e O Estado de São Paulo, o que voltaria a fazer em 1994, 1998, 2002 e 2006.

Em 1991 publicou uma antologia de crônicas para crianças (O Santinho, com ilustrações de Edgar Vasques) e outra para adolescentes (Pai não Entende Nada).

Em 1994, a antologia de contos de humor "Comédias da Vida Privada" foi lançada com grande sucesso, vindo a tornar-se um especial da TV Globo (1994) e depois uma série de 21 programas (1995-1997), com roteiros de Jorge Furtado e direção de Guel Arraes. Veríssimo publicaria ainda uma nova antologia de contos, Novas Comédias da Vida Privada (1996) e, por contraste, uma série de crônicas políticas até então inéditas em livro, Comédias da Vida Pública (1995).

Em 1995, intelectuais brasileiros convidados pelo caderno "Ideias" do Jornal do Brasil elegeram Luis Fernando Verissimo o Homem de Idéias do ano. A esta seguiram-se outras homenagens: em 1996, "Medalha de Resistência Chico Mendes" da ONG Tortura Nunca Mais, "Medalha do Mérito Pedro Ernesto" da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro e "Prêmio Formador de Opinião" da Associação Brasileira de Empresas de Relações Públicas; culminando, em 1997, com o "Prêmio Juca Pato", da União Brasileira de Escritores como o Intelectual do ano. Em 1999, recebeu ainda o Prêmio Multicultural Estadão.

Ainda em 1995, por iniciativa do contrabaixista Jorge Gerhardt, foi criado o grupo Jazz 6, este certamente "o menor sexteto do mundo", com apenas 5 integrantes: além de Verissimo no saxofone e Gerhardt no contrabaixo, fazem parte do grupo Luiz Fernando Rocha (trompete e flugelhorn), Adão Pinheiro (piano) e Gilberto Lima (bateria).

Sendo Gerhardt, Rocha, Pinheiro e Lima "músicos em tempo integral", o grupo depende da agenda de Verissimo para se apresentar, mas já tem 13 anos de estrada e 4 CDs lançados: Agora é a Hora (1997), Speak Low (2000), A Bossa do Jazz (2003) e Four (2006).

Em 1999, Verissimo deixou de desenhar as tiras de As Cobras e mudou de editora, trocando a L&PM pela Objetiva, que passou a republicar toda a sua obra. Uma destas antologias, As Mentiras que os Homens Contam (2000), já vendeu mais de 350 mil exemplares.

Em 2003, resolveu reduzir seu volume de trabalho na imprensa, passando de seis para apenas duas colunas semanais, agora publicadas em Zero Hora, O Globo e O Estado de São Paulo.

A partir de solicitações geradas pelas editoras, Verissimo deixou de ser o "grande escritor de textos curtos" e emendou uma série de novelas e romances: Gula - O Clube dos Anjos (1998) coleção Plenos Pecados da Objetiva; Borges e os Orangotangos Eternos (2000), para a coleção Literatura ou Morte da Cia das Letras; O Opositor (2004) para a coleção Cinco Dedos de Prosa da Objetiva; A Décima Segunda Noite (2006), para a coleção Devorando Shakespeare da Objetiva; e ainda Sport Club Internacional, Autobiografia de uma Paixão (2004), para a coleção Camisa 13 da Ediouro.

Em 2003, uma reportagem de capa da revista Veja destacou Verissimo como "o escritor que mais vende livros no Brasil". Ao mesmo tempo, a versão em inglês de Clube dos Anjos ("The Club of Angels") é escolhida pela New York Public Library como um dos 25 melhores livros do ano.

Em 2004, na França, recebeu o Prix Deux Oceans do Festival de Culturas Latinas de Biarritz.

Em 2006, Verissimo chegou aos 70 anos de idade consagrado como um dos maiores escritores brasileiros contemporâneos, tendo vendido ao todo mais de 5 milhões de exemplares de seus livros. Em 2008, sua filha Fernanda deu-lhe a primeira neta, Lucinda, nascida no dia do aniversário do Sport Club Internacional, 4 de abril.

Personagens

* Ed Mort
* Velhinha de Taubaté
* Analista de Bagé
* As Cobras
* Família Brasil
* Dorinha (Verissimo)


Livros publicados

Crônicas e contos (inéditos)

* O Popular (1973, ed. José Olympio)
* A Grande Mulher Nua (1975, ed. José Olympio)
* Amor Brasileiro (1977, ed. José Olympio)
* O Rei do Rock (1978, ed. Globo)
* Ed Mort e Outras Histórias (1979, ed. L&PM)
* Sexo na Cabeça (1980, ed. L&PM)
* O Analista de Bagé (1981, ed. L&PM)
* A Mesa Voadora (1982, ed. Globo)
* Outras do Analista de Bagé (1982, ed. L&PM)
* A Velhinha de Taubaté (1983, ed. L&PM)
* A Mulher do Silva (1984, ed. L&PM)
* A Mãe de Freud (1985, ed. L&PM)
* O Marido do Doutor Pompeu (1987, ed. L&PM)
* Zoeira (1987, ed. L&PM)
* Noites do Bogart (1988)
* Orgias (1989, ed. L± relançado em 2005 pela Objetiva)
* Pai Não Entende Nada (1990, ed. L&PM)
* Peças Íntimas (1990, ed. L&PM)
* O Santinho (1991, ed. L&PM)
* O Suicida e o Computador (1992, ed. L&PM)
* Comédias da Vida Pública (1995, ed. L&PM)
* A Versão dos Afogados - Novas Comédias da Vida Pública (1997, ed. L&PM)
* A Mancha (2004, ed. Cia das Letras, coleção Vozes do Golpe)

Crônicas e contos (antologias e reedições)

* O Gigolô das Palavras (1982, ed. L&PM)
* Comédias da Vida Privada (1994, ed. L&PM)
* Novas Comédias da Vida Privada (1996, ed. L&PM)
* Ed Mort, Todas as Histórias (1997, ed. L&PM)
* Aquele Estranho Dia que Nunca Chega (1999, Editora Objetiva)
* A Eterna Privação do Zagueiro Absoluto (1999, Editora Objetiva)
* Histórias Brasileiras de Verão (1999, Editora Objetiva)
* As Noivas do Grajaú (1999, ed. Mercado Aberto)
* Todas as Comédias (1999, ed. L&PM)
* Festa de Criança (2000, ed. Atica)
* Comédias para se Ler na Escola (2000, Editora Objetiva)
* As Mentiras que os Homens Contam (2000, Editora Objetiva)
* Todas as Histórias do Analista de Bagé (2002, Editora Objetiva)
* Banquete Com os Deuses (2002, Editora Objetiva)
* O Nariz e Outras Crônicas (2003, ed. Ática)
* O Melhor das Comédias da Vida Privada (2004, Editora Objetiva)
* Mais comédias para ler na escola (2008, Editora Objetiva)

Novelas e romances

* Pega pra Kapput (1978, ed. L± com Moacyr Scliar, Josué Guimarães e Edgar Vasques)
* O Jardim do Diabo (1987, ed. L&PM)
* Gula - O Clube dos Anjos (1998, Editora Objetiva, coleção Plenos Pecados)
* Borges e os Orangotangos Eternos (2000, ed. Cia das Letras, coleção Literatura ou Morte)
* O Opositor (2004, Editora Objetiva, coleção Cinco Dedos de Prosa)
* A Décima Segunda Noite (2006, Editora Objetiva, coleção Devorando Shakespeare)
* Os Espiões (2009, Editora Objetiva)

Relatos de viagens

* Traçando New York (1991, ed. Artes e Ofícios; com Joaquim da Fonseca)
* Traçando Paris (1992, ed. Artes e Ofícios; com Joaquim da Fonseca)
* Traçando Porto Alegre (1993, ed. Artes e Ofícios; com Joaquim da Fonseca)
* Traçando Roma (1993, ed. Artes e Ofícios; com Joaquim da Fonseca)
* América (1994, ed. Artes e Ofícios)
* Traçando Japão (1995, ed. Artes e Ofícios; com Joaquim da Fonseca)
* Traçando Madrid (1997, ed. Artes e Ofícios; com Joaquim da Fonseca)

Cartuns e quadrinhos

* As Cobras (1975, ed. Milha)
* As Cobras e Outros Bichos (1977, ed. L&PM)
* As Cobras do Verissimo (1978, ed. Codecri)
* O Analista de Bagé em Quadrinhos (1983, ed. L± com Edgar Vasques)
* Aventuras da Família Brasil (1985, ed. L&PM)
* Ed Mort em Procurando o Silva (1985, ed. L± com Miguel Paiva)
* As Cobras, vols I, II e III (1987, ed. Salamandra)
* Ed Mort em Disneyworld Blues (1987, ed. L± com Miguel Paiva)
* Ed Mort em Com a Mão no Milhão (1988, ed. L± com Miguel Paiva)
* Ed Mort em Conexão Nazista (1989, ed. L± com Miguel Paiva)
* Ed Mort em O Sequestro do Zagueiro Central (1990, ed. L± com Miguel Paiva)
* A Família Brasil (1993, ed. L&PM)
* As Cobras em Se Deus existe que eu seja atingido por um raio (1997, ed. L&PM)
* Pof (2000, ed. Projeto)
* Aventuras da Família Brasil (reedição - 2005, Editora Objetiva)

Outros

* O Arteiro e o Tempo (infantil; ed. Berlendis & Vertecchia; ilustrada por Glauco Rodrigues)
* Poesia Numa Hora Dessas?! (poemas; 2002, Editora Objetiva)
* Internacional, Autobiografia de uma Paixão (2004, ed. Ediouro).

Fontes: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O polêmico e revolucionário Nelson Rodrigues

"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico(desde menino)." — Nelson Rodrigues

Nelson Rodrigues (Nelson Falcão Rodrigues), dramaturgo, jornalista e escritor, nasceu na cidade do Recife, PE, em 23/08/1912, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 21/12/1980). Oriundo da capital pernambucana e quinto de quatorze irmãos, Nelson Rodrigues mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança, onde viveria por toda sua vida.

Seu pai, o ex-deputado federal e jornalista Mário Rodrigues, perseguido politicamente, resolveu estabelecer-se na então capital federal em julho de 1916, empregando-se no jornal Correio da Manhã, de propriedade de Edmundo Bittencourt.

Segundo o próprio Nelson em suas Memórias, seu grande laboratório e inspiração foi a infância vivida na Zona Norte da cidade. Dos anos passados numa casa simples na rua Alegre, 135 (atual rua Almirante João Cândido Brasil), no bairro de Aldeia Campista, saíram para suas crônicas e peças teatrais as situações provocadas pela moral vigente na classe média dos primeiros anos do século XX e suas tensões morais e materiais.

Sua infância foi marcada por este clima e pela personalidade do garoto Nelson. Retraído, era um leitor compulsivo de livros românticos do século XIX. Nesta época ocorreu também para Nelson a descoberta do futebol, uma paixão que conservaria por toda a vida e que lhe marcaria o estilo literário.

Na década de 1920, Mário Rodrigues fundou o jornal A Manhã, após romper com Edmundo Bittencourt. Seria no jornal do pai que Nelson começaria sua carreira jornalística, na seção de polícia, com apenas treze anos de idade. Os relatos de crimes passionais e pactos de morte entre casais apaixonados incendiavam a imaginação do adolescente romântico, que utilizaria muitas das histórias reais que cobria em suas crônicas futuras. Neste período a família Rodrigues conseguiria atingir uma situação financeira confortável, mudando-se para o bairro de Copacabana, então um arrabalde luxuoso da orla carioca.

Apesar da bonança, Mário Rodrigues perderia o controle acionário de A Manhã para o sócio. Mas, em 1928, com o providencial auxílio financeiro do vice-presidente Fernando de Melo Viana, Mário fundou o diário Crítica.

Como cronista esportivo, Nelson escreveu textos antológicos sobre o Fluminense Football Club, clube para o qual torcia fervorosamente. A maioria dos textos eram publicados no Jornal dos Sports. Junto com seu irmão, o jornalista Mário Filho, Nelson foi fundamental para que os Fla-Flus tivessem conquistado o prestígio que conquistaram e se tornassem grandes clássicos do futebol brasileiro. Nelson Rodrigues criou e evocava personagens fictícios como Gravatinha e Sobrenatural de Almeida para elaborar textos a respeito dos acontecimentos esportivos relacionados ao clube do coração.

Nelson seguiu os seus irmãos Mílton, Mário Filho e Roberto integrando a redação do novo jornal. Ali continuou a escrever na página de polícia, enquanto Mário Filho cuidava dos esportes e Roberto, um talentoso desenhista, fazia as ilustrações. Crítica era um sucesso de vendas, misturando uma cobertura política apaixonada com o relato sensacionalista de crimes. Mas o jornal existiria por pouco tempo. Em 26 de dezembro de 1929, a primeira página de Crítica trouxe o relato da separação do casal Sylvia Serafim e João Thibau, Jr. Ilustrada por Roberto e assinada pelo repórter Orestes Barbosa, a matéria provocou uma tragédia. Sylvia, a esposa que se desquitara do marido e cujo nome fora exposto na reportagem invadiu a redação de Crítica e atirou em Roberto com uma arma comprada naquele dia. Nelson testemunhou o crime e a agonia do irmão, que morreu dias depois.

Mário Rodrigues, deprimido com a perda do filho, faleceu poucos meses depois. Sylvia, apoiada pelas sufragistas e por boa parte da imprensa concorrente de Crítica, foi absolvida do crime. Finalmente, durante a Revolução de 30, a gráfica e a redação de Crítica são empastelados e o jornal deixa de existir. Sem seu chefe e sem fonte de sustento, a família Rodrigues mergulha em decadência financeira.

Foram anos de fome e dificuldades para todos. Pouco afinados com o novo regime, os Rodrigues demorariam anos para se recuperarem dos prejuízos causados pela tuberculose.

Ajudado por Mário Filho, amigo de Roberto Marinho, Nelson passa a trabalhar no jornal O Globo, sem salário. Apenas em 1932 é que seria efetivado como repórter no jornal. Pouco tempo depois, descobriu-se tuberculoso. Para tratar-se, retira-se do Rio de Janeiro e passa longas temporadas em um sanatório na cidade de Campos do Jordão. Seu tratamento é custeado por Marinho, que conquistou a gratidão de Nelson pelo resto de sua vida. Recuperado, volta ao Rio e assume a seção cultural de O Globo, fazendo a crítica de ópera.

No O Globo, foi editor do suplemento O Globo Juvenil, além de editar Nelson roteirizou algumas história em quadrinhos para o suplemento, dentre elas uma versão de O fantasma de Canterville de Oscar Wilde.

Em 1940 casou-se com Elza Bretanha, sua colega de redação.

A partir da década de 1940, Nelson divide-se entre o emprego em O Globo e a elaboração de peças teatrais. Em 1941 escreve A mulher sem pecado, que estreou sem sucesso. Pouco tempo depois assina a revolucionária Vestido de noiva, peça dirigida por Zbigniew Ziembiński e que estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro com estrondoso sucesso.

O teatrólogo Nelson Rodrigues seria o criador de uma sintaxe toda particular e inédita nos palcos brasileiros. Suas personagens trouxeram para a ribalta expressões tipicamente cariocas e gírias da época, como "batata!" e "você é cacete, mesmo!". Vestido de noiva é considerada até hoje como o marco inicial do moderno teatro brasileiro.

Em 1945 abandona O Globo e passa a trabalhar nos Diários Associados. Em O Jornal, um dos veículos de propriedade de Assis Chateaubriand, começa a escrever seu primeiro folhetim, Meu destino é pecar, assinado pelo pseudônimo "Susana Flag". O sucesso do folhetim alavancou as vendas de O Jornal e estimulou Nelson a escrever sua terceira peça, Álbum de família.

Em fevereiro de 1946, o texto da peça foi submetido à Censura Federal e proibido. Álbum de família só seria liberada em 1965. Em abril de 1948 estreou Anjo negro, peça que possibilitou a Nelson adquirir uma casa no bairro do Andaraí e em 1949 Nelson lançou Doroteia.

Em 1950 passa a trabalhar no jornal de Samuel Wainer, a Última Hora. No jornal, Nelson começa a escrever as crônicas de A vida como ela é, seu maior sucesso jornalístico. Na década seguinte, passa a trabalhar na recém-fundada TV Globo, participando da bancada da Grande Resenha Esportiva Facit, a primeira "mesa-redonda" sobre futebol da televisão brasileira e, em 1967, passa a publicar suas memórias no mesmo jornal Correio da Manhã onde seu pai trabalhou cinquenta anos antes.

Nos anos 70, consagrado como jornalista e teatrólogo, a saúde de Nélson começa a decair, por causa de problemas gastroenteorológicos e cardíacos de que era portador. O período coincide com os anos da ditadura militar, que Nelson sempre apoiou. Entretanto, seu filho Nelson Rodrigues Filho torna-se guerrilheiro e se passa para a clandestinidade. Neste período também aconteceu o fim de seu casamento com Elza e o início do relacionamento com Lúcia Cruz Lima, com quem teria uma filha, Daniela, nascida com problemas mentais. Depois do término do relacionamento com Lúcia, Nelson ainda manteria um rápido casamento com sua secretária Helena Maria, antes de reatar seu casamento com Elza.

Nelson faleceu numa manhã de domingo, em 1980, aos 68 anos de idade, de complicações cardíacas e respiratórias. Foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo. No fim da tarde daquele mesmo dia ele faria treze pontos na Loteria Esportiva, num "bolão" com seu irmão Augusto e alguns amigos de O Globo. Dois meses depois, Elza atendia ao pedido do marido — de, ainda em vida, gravar o seu nome ao lado do dele na lápide de seu túmulo, sob a inscrição: "Unidos para além da vida e da morte. E é só".

 Obras

O teatro entrou na vida de Nelson Rodrigues por acaso. Uma vez que se encontrava em dificuldades financeiras, achou no teatro uma possibilidade de sair da situação difícil em que estava. Assim, escreveu A mulher sem pecado…, sua primeira peça. Segundo algumas fontes, Nelson tinha o romance como gênero literário predileto, e suas peças seguiram essa predileção, pois as mesmas são como romances em forma de texto teatral. Nelson é um originalíssimo realista. Não é à toa que foi considerado um novo Eça. De fato, a prosa de Nelson era realista e, tal como os realistas do século XIX, ele criticou a sociedade e suas instituições, sobretudo o casamento.

Sendo esteticamente realista em pleno Modernismo, Nelson não deixou de inovar tal como fizeram os modernos. O autor transpôs a tragédia grega para o sociedade carioca do início do século XX, e dessa transposição surgiu a "tragédia carioca", com as mesmas regras daquela, mas com um tom contemporâneo. O erotismo está muito presente na obra de Nelson Rodrigues, o que lhe garante o título de realista. Nelson não hesitou em denunciar a sordidez da sociedade tal como o fez Eça de Queirós em suas obras. Esse erotismo realista de Nelson teve sua gênese em obras do século XIX, como O Primo Basílio, e se desenvolveu grandemente na obra do autor pernambucano. Em síntese, Nelson foi um grande escritor, dramaturgo e cronista, e está imortalizado na literatura brasileira.

Acervo

O Centro de Documentação da Funarte (Cedoc) possui amplo acervo sobre o dramaturgo, como fotos de peças, programas das produções teatrais, resenhas e comentários sobre espetáculos teatrais, entre eles Vestido de Noiva, encenado pela primeira vez para um Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Boa parte dos registros fotográficos de peças do dramaturgo existentes no Cedoc foram feitos pelo Estúdio Foto Carlos, que, nas décadas de 40, 50, 60, 70 e 80 e foram digitalizadas graças ao projeto Brasil Memória das Artes, incluindo registros de raridades, como uma participação de Nelson Rodrigues como ator. No Portal da Funarte ainda é possível ver vídeos produzidos sobre o dramaturgo e sua obra.

Teatro

Nélson Rodrigues escreveu dezessete peças teatrais. Sua edição completa abrange quatro volumes, divididos segundo critérios do crítico Sábato Magaldi, que agrupou as obras de acordo com suas características, dividindo-as em três grupos: Peças psicológicas, Peças míticas e Tragédias cariocas. Assim, as peças seguem o plano de publicação:

Peças psicológicas

* A mulher sem pecado
* Vestido de noiva
* Valsa nº 6
* Viúva, porém honesta
* Anti-Nélson Rodrigues

Peças míticas

* Álbum de família
* Anjo negro
* Senhora dos Afogados
* Doroteia

Tragédias Cariocas I

* A falecida
* Perdoa-me por me traíres
* Os Sete Gatinhos
* Boca de ouro

Tragédias Cariocas II

* O beijo no asfalto
* Bonitinha, mas ordinária ou Otto Lara Rezende
* Toda Nudez Será Castigada
* A serpente

Estreias das peças (todas no Rio de Janeiro)

* A mulher sem pecado - 1941 - Direção: Rodolfo Mayer
* Vestido de noiva - 1943 - Direção: Zbigniew Ziembiński
* Álbum de família - 1946 - Direção: Kleber Santos
* Anjo negro - 1947 - Direção: Zbigniew Ziembiński
* Senhora dos Afogados - 1947 - Direção: Bibi Ferreira
* Doroteia - 1949 - Direção: Zbigniew Ziembiński
* Valsa nº 6 - 1951 - Direção: Milton Rodrigues
* A falecida - 1953 - Direção: José Maria Monteiro
* Perdoa-me por me traíres - 1957 - Direção: Léo Júsi
* Viúva, porém honesta - 1957 - Direção: Willy Keller
* Os sete gatinhos - 1958 - Direção: Willy Keller
* Boca de ouro - 1959 - Direção: José Renato
* O beijo no asfalto - 1960 - Direção: Fernando Torres
* Bonitinha, mas ordinária - 1962 - Direção Martim Gonçalves
* Toda nudez será castigada - 1965 - Direção: Zbigniew Ziembiński
* Anti-Nélson Rodrigues - 1974 - Direção: Paulo César Pereio
* A serpente - 1978 - Direção: Marcos Flaksman

Romances

* Meu destino é pecar - 1944
* Escravas do amor - 1944
* Minha vida - 1944
* Núpcias de fogo - 1948
* A mulher que amou demais - 1949
* O homem proibido - 1959
* A mentira - 1953
* Asfalto selvagem - 1959 (ou Engraçadinha)
* O casamento - 1966

Contos

* Cem contos escolhidos - A vida como ela é... - 1972
* Elas gostam de apanhar - 1974
* A vida como ela é — O homem fiel e outros contos - 1992
* A dama do lotação e outros contos e crônicas - 1992
* A coroa de orquídeas - 1992

Crônicas

* Memórias de Nélson Rodrigues - 1967
* O óbvio ululante: primeiras confissões - 1968
* A cabra vadia - 1970
* O reacionário: memórias e confissões - 1977
* Fla-Flu...e as multidões despertaram - 1987
* O remador de Ben-Hur - 1992
* A cabra vadia - Novas confissões - 1992
* A pátria sem chuteiras - Novas Crônicas de Futebol - 1992
* A menina sem estrela - memórias - 1992
* À sombra das chuteiras imortais - Crônicas de Futebol - 1992
* A mulher do próximo - 1992
* Nélson Rodrigues, o Profeta Tricolor - 2002
* O Berro impresso nas Manchetes - 2007

Telenovelas baseadas nas obras

* A morta sem espelho - TV Rio - 1963
* Sonho de amor - TV Rio - 1964
* O desconhecido - TV Rio - 1964
* O homem proibido - TV Globo - 1982
* Meu Destino É Pecar - TV Globo - 1984
* Engraçadinha... Seus Amores e Seus Pecados - TV Globo - 1995
* A Vida Como Ela É - TV Globo - 1996

Filmes baseados em suas obras

* Somos dois - 1950 - Direção: Milton Rodrigues
* Meu destino é pecar - 1952 - Direção: Manuel Pelufo
* Mulheres e milhões - 1961 - Direção: Jorge Ileli
* Boca de ouro - 1963 - Direção: Nelson Pereira dos Santos
* Meu nome é Pelé - 1963 - Direção: Carlos Hugo Christensen
* Bonitinha mas ordinária - 1963 - Direção: J.P. de Carvalho
* Asfalto selvagem - 1964 - Direção: J.B. Tanko
* A falecida - 1965 - Direção: Leon Hirzman
* O beijo - 1966 - Direção: Flávio Tambellini
* Engraçadinha depois dos trinta - 1966 - Direção: J.B. Tanko
* Toda nudez será castigada - 1973 - Direção: Arnaldo Jabor
* O casamento - 1975 - Direção: Arnaldo Jabor
* A dama do lotação - 1978 - Direção: Neville d'Almeida
* Os sete gatinhos - 1980 - Direção: Neville d'Almeida
* O beijo no asfalto - 1980 - Direção: Bruno Barreto
* Bonitinha mas Ordinária ou Otto Lara Rezende - 1981 - Direção: Braz Chediak
* Álbum de família - 1981 - Direção: Braz Chediak
* Engraçadinha - 1981 - Direção: Haroldo Marinho Barbosa
* Perdoa-me por me traíres - 1983 - Direção: Braz Chediak
* Boca de ouro - 1990 - Direção: Walter Avancini
* Traição - 1998 - Direcão: Arthur Fontes, Cláudio Torres e José Henrique Fonseca
* Gêmeas - 1999 - Direção: Andrucha Waddington
* Vestido de noiva - 2006 - Direção de Joffre Rodrigues
* Bonitinha mas Ordinária ou Otto Lara Rezende - 2009

Fontes: Wikipédia, a enciclopédia livre.