quinta-feira, 28 de julho de 2011

A origem do baralho

A origem do baralho, assim como a da maioria dos jogos de cartas hoje conhecidos, suscitam dúvidas nos historiadores. Alguns dizem que as primeiras cartas surgiram no século X a. C., no Oriente Médio, outros preferem a versão de que a origem, na verdade, é da China: um pedido do imperador Sehum-Ho que deseja presentear uma de suas namoradas.

As cartas de jogar surgiram no século 9, na China. Essas cartas chinesas antigas eram “cartas de dinheiro”, e tinham quatro naipes: moedas, filas de moedas, miríades de filas e dezenas de miríades. Eram representados por ideogramas com números de 2 a 9 nos três primeiros naipes e de 1-9 no naipe “dezenas de miríades”. Por utilizar dinheiro nas figuras, foi sugerido que tais cartas podem ter sido papel-moeda.

Acredita-se que o baralho foi inventado pelo pintor francês Jacquemin Gringonneur, sob encomenda do rei Carlos VI de França. Gringonneur desenvolveu as cartas do jogo de forma que representassem as divisões sociais da França através de seus naipes: copas para representar o clero, ouro para a burguesia (formada sobretudo por comerciantes), espadas para os militares e paus para os camponeses. A primeira versão tinha 78 cartas. Mais tarde, atribuíram-se significados específicos às cartas com figuras, representando personalidades históricas e bíblicas.

São elas:

* Rei de Ouros - Júlio César, geralmente portando um machado que simboliza as legiões romanas
* Rei de Espadas - o rei israelita Davi
* Rei de Copas - o rei Carlos Magno
* Rei de Paus - Alexandre, o Grande
* Dama de Ouros - Raquel, filha de Labão e uma das esposas de Jacó, neto de Abraão
* Dama de Espadas - A deusa grega Atena
* Dama de Copas - Judite, personagem bíblica
* Dama de Paus - Elizabeth I de Inglaterra
* Valete de Ouros - sir Heitor membro da Távola Redonda
* Valete de Espadas - Hogier, primo de Carlos Magno
* Valete de Copas - La Hire, cavaleiro que lutou com Joana D’Arc
* Valete de Paus - sir Lancelot

Há controvérsias sobre a introdução das cartas na Europa. É provável que os precursores do baralho moderno tenham chegado através dos Mamelucos do Egito, no fim dos anos 1300. A forma do baralho já era bem semelhante ao atual, com quatro naipes (bastão de pólo, moedas, espadas e copos).

Cada naipe continha 10 cartas numeradas e três cartas da côrte: Rei, Vice-Rei e Deputado. As cartas mamelucas não mostravam figuras humanas nas cartas da côrte, mas faziam menção a oficiais militares.

A antiguidade das cartas

Nos jogos antigos, o Rei era sempre a carta mais alta, mas com o tempo, uma significância maior foi colocada na carta mais baixa, a esta altura já chamada de Ás, que às vezes tornava-se a carta de mais alto valor, tornando o dois a mais baixa. Este conceito pode ter sido ajudado pela Revolução Francesa, onde o Ás assumiria o mais alto valor numa simbologia das classes inferiores atingindo maior importância que a realeza.

A marcação das cartas nos cantos veio a facilitar o manuseio, mas só se estabeleceu em definitivo no final do século 18. Nesta época, a carta da côrte com mais baixo valor era o Servo (“Knave”), com abreviatura “Kn”, o que gerava confusão com a abreviatura do Rei (“K”). Em um jogo da época chamado All-fours, o Knave era também apelidado de Jack, e com a confusão estabelecida com o uso de índices com abreviatura, mudou-se o nome do servo para “Jack” e a abreviatura para “J” (o nosso valete).

A isto seguiu-se a invenção das cartas reversíveis, na França, em 1745, por um fabricante local. Mas como o governo francês controlava o design das cartas, isso foi proibido. Mas nos outros locais da Europa e também nos EUA, a idéia acabou se espalhando. As cartas reversíveis vieram a diminuir a chance de alguém espiar o outro jogador invertendo uma carta para visualizar melhor, na tentativa de ver algo, pois agora não importava mais a posição da carta.

O Coringa foi uma inovação americana. Alastrou-se para a Europa juntamente com o poker. Apesar da figura lembrar um bobo-da-corte, acredita-se que não exista relação, até pela origem distinta. Não são usados em muitos jogos, e frequentemente são utilizados como propaganda do logotipo do fabricante.

No século 20, com a invenção de um método para cobrir as cartas de papel com uma camada plastificada, este tipo de baralho tornou-se o dominante até os dias de hoje, com uma durabilidade acentuada. Cartas inteiramente feitas de plástico foram desenvolvidas, e duram ainda mais.

No final do século 14, o uso do baralho rapidamente se espalhou pela Europa, comprovado por documentos advindos da época na Espanha, Suíça, Florença e Paris. Um livro de contabilidade de uma duquesa de Luxemburgo comprovava a compra de um baralho, com data de entrada de 14 de maio de 1379.

As cartas da época eram feitas à mão, praticamente esculpidas em alto relevo em blocos de madeira, o que as tornavam caras. Por sorte, não muito tempo depois ocorreu o advento da imprensa, por volta de 1400. Mesmo assim, as cartas esculpidas chegavam a competir com as imagens religiosas, como o uso mais comum da madeira.

Na Europa do século 15, os naipes variavam. Podiam chegar a ser cinco. Na Alemanha, eram copas, sinos, folhas e bolotas, e ainda são utilizados em alguns jogos até hoje. Na Itália e na Espanha, cartas do século 15 eram dos naipes espadas, batons, copos e moedas. O Tarô surgiu na Itália também no século 15.

Os quatro naipes de hoje

Os quatro naipes atuais - espadas, copas, ouros e paus - surgiram na França em aproximadamente 1480. O naipe de paus foi uma evolução da bolota alemã, assim como as espadas surgiram das folhas. As cartas da côrte também foram alteradas por volta desta época, para representar a sociedade européia.

Originalmente eram o Rei, o Cavaleiro e o “Knave” (Servo). A dama surgiu na Alemanha, onde as cartas eram Dama, Rei, Cavaleiro e Valete. Cartas feitas na cidade de Rouen, na França, tornaram-se então o padrão inglês, e cartas feitas em Paris viraram o padrão francês, isso por volta de 1500. No final, houve predominância do padrão parisiense.

A palavra naipe significa “tipo”, “família”, “estilo”, etc. No Brasil, também é usada como gíria, como no contexto a seguir: “olha o naipe daquele cara” significando: “olha o estilo peculiar daquele sujeito”.

Naipes franceses

O baralho francês tornou-se padrão depois da Renascença. Substituiu o cavaleiro pela dama (representação da rainha). É o mais utilizado nos países de língua portuguesa, onde adotaram-se os naipes franceses, mas com os nomes baseados no baralho espanhol. Além disso, as cartas “reais” têm iniciais em inglês: K (de King, Rei), Q (de Queen, Dama ou Rainha) e J (de Jack, Valete). Os naipes são:

imagens Paus, em francês trèfles (trevos). Conhecido também como “trevo” ou “arvorezinha” (informal);
imagens Copas, em francês coeurs (corações). Admite as variações no nome: “taça” ou “coração”;
imagens Espadas, piques (pontas de lança ou pinhões). Variações em português: “espadilha”, “seta”, “lança”, ou, informalmente, “punhal”;
imagens Ouros, carreaux (losangos). Chamado tamém de “losango” ou “diamante”, ou, informalmente, “balãozinho”.

Fontes: http://blog.jogatina.com/archives/a-historia-do-baralho-a-origem; Wikipedia.

Anatole France


Com um estilo fluente, cético e sarcástico, Anatole France foi um dos literatos mais característicos de sua época, acerbo na crítica aos costumes e instituições.

Jacques-Anatole-François Thibault, que optou pelo pseudônimo de Anatole France, nasceu em Paris em 16 de abril de 1844. Filho de um livreiro, desde cedo recebeu sólida formação humanística e estreou com os versos parnasianos de Poèmes dorés (1873; Poemas dourados).

Seu ceticismo tomou forma com os primeiros romances: Le Crime de Sylvestre Bonnard (1881; O crime de Sylvestre Bonnard), sobre um filólogo perplexo ante a vida cotidiana; La Rôtisserie de la reine Pédauque (1893; A rotisseria da rainha Pédauque), que zomba do ocultismo; e Les Opinions de Jérôme Coignard (1893; As opiniões de Jérôme Coignard), crítica das instituições do estado.

Sua ligação com Madame Arman de Caillavet inspiraram-lhe os romances históricos Thaïs (1890), ambientado no antigo Egito, e Le Lys rouge (1894; O lírio vermelho), que se passa em Florença.

Uma profunda mudança na obra de Anatole manifestou-se nos quatro volumes de L'Histoire contemporaine (1897-1901). As intrigas da vida provinciana são descritas nos três primeiros: L'Orme du mail (1897; O olmo do passeio público), Le Mannequin d'osier (1897; O manequim de vime) e L'Anneau d'améthyste (1899; O anel de ametista). O último volume, Monsieur Bergeret à Paris (1901; Monsieur Bergeret em Paris) é a história do próprio Anatole, que assumira a defesa de Alfred Dreyfus.

As preocupações sociais, a partir de 1900, transparecem nas obras de Anatole. A comédia Crainquebille (1903) proclama a hostilidade à ordem burguesa, que o levaria a aderir ao socialismo e a revelar simpatia pelo comunismo. Contudo, L'Île des pingouins (1908; A ilha dos pingüins) e Les Dieux ont soif (1912; Os deuses têm sede) não demonstram muita convicção no advento de uma sociedade fraterna, enquanto La Révolte des anges (1914; A revolta dos anjos) imagina uma campanha dos anjos caídos contra o paraíso.

A primeira guerra mundial reforçou o pessimismo do autor, levando-o a buscar refúgio em reminiscências da infância. Eleito para a Académie Française em 1896, Anatole France recebeu o Prêmio Nobel de literatura em 1921 e morreu em sua casa de campo La Béchellerie, em Saint-Cyr-sur-Loire, em 12 de outubro de 1924.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

O satírico Ambrose Bierce


Ambrose Bierce nasceu em Ohio, EUA, a 24 Junho de 1842. Depois da Guerra Civil Americana, em que participou do lado da União, Bierce partiu para a Califórnia, onde se tornou jornalista.

Na Inglaterra a partir de 1872, trabalhou para revistas humorísticas como a «Figaro» e a «Fun». Regressou aos Estados Unidos em 1875, iniciando um longo período de colaboração com vários jornais.

Tornar-se-ia um dos jornalistas e escritores mais conhecidos do seu tempo, não deixando ninguém indiferente ao seu sentido acutilantemente crítico e satírico da humanidade. Com humor insolente, atacou todos os quadrantes da sociedade: as religiões, a política, a economia, o sentimentalismo...

Em 1913, aos setenta e um anos, Bierce partiu ao encontro da Revolução Mexicana, sem deixar rastro. A sua morte permanece um mistério, mas acredita-se que possa ter acontecido durante a Batalha de Ojinaga, em Janeiro de 1914.

Algumas de suas obras

Dicionário do Diabo (publicado num jornal, entre 1881 e 1906), Um Incêndio Imperfeito, O Dedo Médio do Pé Direito.

Seu humor satírico

"O que vale a pena fazer vale a pena o trabalho de pedir a alguém para o fazer".

"Dever: aquilo que nos impele inexorávelmente, através do nosso desejo, na direção do lucro".

"Anistia é a generosidade do governo para com os condenados cujo castigo se tornaria demasiado caro".

"Uma insanidade passageira, curável pelo casamento".

"Crítico: Pessoa que se vangloria de ser de satisfação difícil, porque ninguém lhe tenta agradar".

"O egoísta é um sujeito mais interessado em si próprio do que em mim".

"O conhecimento é a pequena porção da ignorância que arrumamos e classificamos".

"Economia: aquisição do barril de uísque de que não precisamos pelo preço da carne de vaca que não nos podemos dar ao luxo de comprar".

"O saber é um gênero da ignorância humana que distingue o homem estudioso".

"Hospitalidade: virtude que nos obriga a alimentarmos e alojarmos certas pessoas que não precisam de alimentos nem de alojamento".

"Cristão: Alguém que acredita que o Novo Testamento seja um livro inspirado por Deus, admiravelmente adaptado às necessidades espirituais do seu próximo".

"O casamento é uma cerimônia em que dois se tornam um, um se torna nada e nada se torna suportável".

"A eloquência é a arte de persuadir oralmente os tolos de que o branco é a cor que parece ser. Inclui o dom de fazer qualquer cor parecer branca".

"A morte não é o fim. Resta sempre a luta pelo espólio".

"Paciência: uma forma menor de desespero, mascarada de virtude".

"Ousadia: Uma das qualidades mais notáveis de um homem em segurança".

"Epitáfio é uma inscrição num túmulo que mostra que as virtudes adquiridas pela morte têm efeito retroativo".

"Riso: uma convulsão interior, que produz uma distorção da expressão facial e que é acompanhada por sons desarticulados. É contagioso e, embora intermitente, incurável"
(Dicionário do Diabo).

"O pessimismo é uma filosofia imposta às convicções do observador pelo desalentador predomínio do otimista".

"Casamento: estado ou condição de uma comunidade formada por um senhor, uma senhora, e dois escravos, totalizando dois".

Fontes: Edições tinta-da-china - Autores; Ambrose Bierce - Pensador.

Argento, o mestre do horror italiano

Mestre do "Horror Italiano", Dario Argento nasceu em Roma, em 7/9/1940. Sua mãe era uma fotógrafa brasileira que se casou com um italiano, Salvatore Argento (produtor de cinema), e decidiu morar na Itália. Por esse motivo, Dario considera-se meio brasileiro. Diz ter familiares e muitos amigos no Brasil.

A crítica o considera como uma espécie de Hitchcock italiano, principalmente quando assina obras de suspense como O pássaro das plumas de cristal e O gato das nove caudas. Da mesma forma como Hitchcock descobriu Psicose, Dario descobriu o horror. Virou o mestre europeu do gênero. "Até os americanos me reconhecem como mestre", admite sem falsa modéstia.

Ele não consegue explicar de onde veio sua atração pelo 'giallo', o nome como o gênero policial é tratado na Itália, porque os pulps, antigamente, tinham capas amarelas (uma característica que não era só italiana; no Brasil também houve a Série Amarela). Mas arrisca uma interpretação. "Não tenho medo de olhar para o meu lado escuro, não vejo os olhos quando vejo a violência do mundo à minha volta." Foi assim que, em sua carreira, o suspense progressivamente foi sendo substituído pelo horror e, por meio dele, Argento gosta de explorar os limites do medo na tela. Mas não prega sustos só por pregar. Está sinceramente interessado em discutir a angústia contemporânea.

Diz que se interessa muito por psicanálise. Jung? Não, Freud. "A Interpretação dos Sonhos é a minha Bíblia; sempre que vou a Viena, nunca deixo de visitar a casa dele." O freudianismo transparece no filme A Síndrome de Stendhal, que costuma passar na TV paga, mas o preferido de Argento é Suspiria. "É belíssimo", define. Belíssima, para ele, também é a sua versão de O Fantasma da Ópera, que saiu só em vídeo no Brasil, com Julian Sands e Asia Argento, sua filha.

Muitos diretores como Brian De Palma e Stanley Kubrick aprenderam com ele a usar um estilo único de movimentação de câmera e mistura de cores que criam efeitos impressionantes na tela.

Filmografia

- 1969: As Plumas de Cristal
- 1975: Prelúdio Para Matar
- 1977: Suspiria
- 1980: A Mansão do Inferno
- 1985:Demons (produção)
- 1986:Demons 2 (produção)
- 1986:Terror na Ópera
- 1990:Dois Olhos Satânicos
- 1993:Trauma

Fonte: baseado num texto de Luiz Carlos Merten

O versátil Christopher Lee


Christopher Frank Carandini Lee, (Londres, 27 de maio de 1922) é um prolífico ator britânico nascido na Inglaterra e conhecido por sua versatilidade e longevidade cinematográfica, alem de um notório cantor, dono de uma voz incomparável.

Chris Lee, como é chamado intimamente, ficou conhecido mundialmente interpretando o Conde Drácula, personagem que encarnou por diversas vezes pelos estúdios da britânica HAMMER FILMS.

Chistopher Lee (por Gabriel Paixão)

"Existem muitos vampiros hoje em dia. Você só precisa pensar na indústria do cinema...”

De todos os atores que passaram pela telona, poucos foram tão atuantes e tão importantes quanto Christopher Lee. Seu talento que consegue ser maior do que sua altura física (1,96 m) e sua voz única e gutural costumam ser um atrativo a mais em todos os filmes em que participou (mais de 220 até o momento), desde bagaceiras como Funny Man até grandes blockbusters como O Senhor dos Anéis e o melhor, defendeu personagens que são lembrados com alegria não apenas pelos entusiastas do cinema fantástico, mas pelos amantes da sétima arte em geral.

Se o mundo fosse justo, este homem teria levado ao menos um prêmio da academia de cinema, entretanto apesar de sua carreira repleta de elogios, não levou sequer uma indicação ao Oscar... Mas como dizem, quem precisa de um careca dourado quando se tem milhões de fãs? E é um pouco da história desta lenda viva que vamos acompanhar agora.

Christopher Frank Carandini Lee nasceu no dia 27 de maio de 1922 em Londres, Inglaterra, filho do Tenente-Coronel Geoffrey Trollope Lee e de Marchesina Estelle Marie Carandini di Sarzano, a neta de um refugiado italiano, mas seus pais acabaram se separando em 1926 e Marchesina levaria Lee e sua irmã Xandra.

Enquanto Lee ainda era uma criança, sua mãe retornara para Londres e casara novamente com um banqueiro chamado Harcourt George St. Croix, primo de Ian Fleming, autor dos livros de James Bond. Entretanto, futuramente ela se separaria de novo. Depois de estudar no Wellington College dos 14 aos 17 anos, Lee trabalhou para algumas empresas navais até o ano de 1941, quando se alistou na força aérea real e lutou na Segunda Guerra Mundial, onde saiu com a patente de tenente.

Depois de ser liberado do serviço militar, optou pela carreira de ator, conseguindo um contrato de sete anos com a produtora “Rank Organization”. Após discutir seu interesse com o seu tio Nicolò Carandini, o embaixador italiano, acaba começando em pequenas participações em filmes como Escravo do Passado (1948). Lee também participou brevemente do filme Hamlet (1948) de Laurence Olivier, onde apareceu também seu futuro parceiro de filmes e amigo pessoal, Peter Cushing . Ambos os atores apareceriam no Moulin Rouge (1952), mas contracenariam juntos apenas nos filmes de terror.

Nos primeiros anos da década de 50, Lee participou de numerosos filmes e produções para a televisão, entretanto o estrelato viria apenas após sua associação com a “Hammer Film Productions”. Lá, Christopher Lee começaria com A Maldição de Frankestein (1957), em seguida seu papel mais lembrado, como Drácula em Vampiro da Noite (1958), e depois com A Múmia (1959) e O Cão dos Baskervilles (1959), todos co-estrelados por Peter Cushing. Lee faria mais filmes no papel do vampiro Drácula, nas seqüências durante as décadas de 60 e princípio de 70, totalizando seis filmes neste papel, cinco na Hammer.

Durante este período, ele fez várias participações como Fu Manchu, sendo que o mais notório foi o primeiro da série, The Face of Fu Manchu (1965), e mais um monte de produções na Europa. Com sua própria produtora, a “Charlemagne Productions Ltd.”, Lee fez Terror na Penumbra (1972) e Uma Filha Para o Diabo (1976).

A partir da metade da década de 70, Christopher Lee resolveu descolar um pouco das produções de terror e finalmente conseguiu conquistar a América, principalmente com o papel do vilão Francisco Scaramanga em 007 Contra o Homem da Pistola de Ouro (1974). A partir de então, Lee tornou-se um dos atores mais ocupados de Hollywood, com diversas produções para a TV e cinema, tanto nos Estados Unidos quanto na Inglaterra.

A carreira de Christopher Lee é revitalizada no começo do século 21 com aparições marcantes em duas das franquias mais rentáveis da história do cinema: O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (2001) e As Duas Torres (2002) como o mago Saruman, e Star Wars: Episódio II - O Ataque dos Clones (2002) e Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith (2005), como o Conde Dooku (ou Dookan, como queiram).

Seu trabalho é reconhecido no ano de 2001 em sua terra natal quando recebe a “Comenda da Ordem do Império Britânico” por sua contribuição para a arte, merecidíssimo por sinal. Todo este ritmo de trabalho não parou no cinema: Lee chegou a dublar personagens em games como “Kingdom Hearts II” e “GoldenEye: Rogue Agent”, e é claro aguardamos ainda mais deles.

Claro que enumerar e citar os trabalhos de destaque de Christopher Lee é uma tarefa que poderia facilmente gerar um livro, mas este texto já é suficiente para ter idéia da importância de sua presença na sétima arte, afinal de demônio da noite a lorde Sith, Christopher Lee merece uma reverência como um dos maiores atores da história.

Curiosidades

- Lee foi o único membro do elenco da trilogia O Senhor dos Anéis que conheceu Tolkien em pessoa. Ele é declaradamente um fã ávido de Tolkien e admite que lê toda a trilogia pelo menos uma vez por ano;

- Embora ninguém tenha contado oficialmente, Christopher Lee possui o maior número de cenas de lutas de espada do que qualquer outro ator;

- Inicialmente foi oferecido a Lee o papel do Dr. Sam Loomis em Halloween (1978). Lee recusou e mais tarde assumiu que foi o pior erro de sua vida;

- É um cantor clássico treinado. Seus dotes musicais podem ser vistos em um trecho do filme The Return Of Captain Invincible (1983) onde ele canta uma canção e na trilha sonora de O Homem de Palha (1973). Em outubro de 2006, ele lançou um CD intitulado “Christopher Lee: Revelation”, incluindo músicas como “The Toreador March” e “O Sole Mio”;

- Seu envolvimento com a música inclui uma participação na narração de algumas faixas dos discos “Symphony of Enchanted Lands II: The Dark Secret” e “Triumph or Agony”, da banda “Rhapsody of Fire”, chegando a fazer um dueto com o vocalista Fabio Lione no single “The Magic of the Wizard's Dream”. “Rhapsody of Fire” é sua banda favorita ao lado da banda americana “Manowar” (o que demonstra o bom gosto musical do ator);

- Além de primo distante e parceiro de golfe de Ian Fleming, Lee foi a escolha pessoal do autor para o papel do vilão do primeiro filme de James Bond, 007 Contra o Satânico Dr. No (1962). Como sabemos o papel ficou com o não menos brilhante Joseph Wiseman, mas Lee seria vilão do agente secreto em 007 Contra o Homem da Pistola de Ouro (1974);

- Vincent Price e Christopher Lee nasceram no mesmo dia (27 de maio) e Peter Cushing nasceu em 26 de maio;

- Um dublê foi utilizado para as lutas com sabre de luz em Star Wars: Episódio II - O Ataque dos Clones. A face de Lee foi sobreposta ao corpo do dublê. Lee mencionou que em 40 anos desempenhou muitas lutas de espada, mas “nunca mais”, utilizando suas palavras;

- Christopher Lee é fluente em alemão, francês, espanhol e italiano, além de “se virar” em russo e grego;

- Foi oferecido para Lee o papel de Moff Tarkin em Star Wars (1977). Desistiu e o papel ficou com seu amigo Peter Cushing;

- Possui três papéis em comum com Boris Karloff. Ambos interpretaram “Fu Manchu”, “A Múmia” e “O Monstro de Frankenstein”;

- Estatisticamente, em 85% dos mais de 220 filmes que participou, foram papéis de vilões e seus picos de produtividade foram nos anos de 1955 e 1970, onde atuou em 9 filmes nestes anos.

- Christopher e sua esposa Gitte Lee foram amigos pessoais de Boris Karloff e sua esposa, coincidentemente foram vizinhos na Inglaterra;

- De acordo com seu amigo Norman Lloyd, ele tem uma espécie de hobby excêntrico: era fascinado por execuções públicas e sabia o nome de cada executor oficial da Inglaterra desde a metade do século XV;

- Durante as filmagens de A Múmia (1959), Lee feriu-se. Todos os vidros quebrados por Lee eram reais e deslocaram seu ombro, além de dores nos músculos do pescoço, especialmente quando deveria carregar uma atriz com os braços estendidos por um pântano, o que machucou seu ombro consideravelmente;

- Em O Vampiro da Noite (1958), Lee deveria jogar uma mulher em um cemitério, mas quando a carregou ela era inesperadamente pesada e na tentativa de jogá-la, Lee caiu junto com ela.

Filmografia

2005 - A Noiva Cadáver (Corpse Bride, The) (voz)
2005 - Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith (Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith)
2005 - A Fantástica Fábrica de Chocolate (Charlie and the Chocolate Factory)
2004 - Rios Vermelhos 2 - Anjos do Apocalipse (Les Rivières Pourpres 2 - Les Anges de l'apocalypse)
2003 - O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei (The Lord of the Rings: The Return of the King)
2002 - O Senhor dos Anéis - As Duas Torres (The Lord of the Rings: The Two Towers)
2002 - Star Wars: Episódio II - Ataque dos Clones (Star Wars: Episode II - Attack of the Clones)
2001 - O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel (The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring)
1999 - A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (Sleepy Hollow)
1998 - O Enigma de Talos (Tale of the Mummy)
1997 - Tarot - O Mistério das Cartas (Tarot)
1997 - A Odisséia (The Odyssey) (TV)
1996 - Drácula e os Mortos-Vivos (World of Hammer: Dracula and the Undead, The) (Documentário)
1994 - Funny Man - O Príncipe da Maldade e da Travessura (Funny Man)
1994 - Loucademia de Polícia - Missão Moscou (Police Academy: Mission to Moscow)
1993 - Trem da Morte (Death Train) (TV)
1992 - Double Vision (TV)
1990 - A Ilha do Tesouro (Treasure Island)
1990 - Gremlins 2 - A Nova Turma (Gremlins 2: The New Batch)
1990 - Curse III: Blood Sacrifice
1989 - Enigma dos Deuses (Olympus Force)
1989 - A Volta ao Mundo em 80 Dias (Around the World in 80 Days) (TV)
1988 - Dark Mission
1987 - Mio na Terra da Magia (Mio Min Mio)
1986 - A Idade do Lobo (Girl, The)
1985 - Grito de Terror (Howling II)
1983 - Return of Captain Invincible, The
1983 - A Mansão da Meia-Noite (House of the Long Shadows)
1981 - Evil Stalks This House (TV)
1981 - A Salamandra (Salamander, The)
1981 - A Espera de Golias (Goliath Awaits) (TV)
1981 - O Ajuste de Contas (An Eye for An Eye)
1979 - 1941 - Uma Guerra Muito Louca (1941)
1979 - Passageiros do Inferno (Passage, The)
1978 - Perigo na Montanha Enfeitiçada (Return From Witch Mountain)
1977 - O Dia do Juízo Final (End of the World)
1977 - Starship Invasions
1977 - Poderes Ocultos (Meatcleaver Massacre)
1976 - Dracula père et fils
1976 - Uma Filha Para o Diabo (To The Devil a Daughter)
1975 - Mercenários do Diamante (Killer Force)
1975 - Whispering Death
1975 - Keeper, The
1975 - A Vingança de Milady (Four Musketeers, The)
1975 - A Verdadeira História de Drácula (In Search of Dracula)
1974 - 007 Contra o Homem da Pistola de Ouro (Man With the Golden Gun, The)
1973 - Os Ritos Satânicos de Drácula (Satanic Rites of Dracula, The)
1973 - O Homem de Palha (Wicker Man, The)
1973 - Metrô da Morte (Deathline)
1972 - Terror na Penumbra (Nothing But the Night)
1972 - Drácula no Mundo da Minissaia (Dracula A.D. 1972)
1972 - Desejo de Vingança (Hannie Caulder)
1972 – O Expresso do Horror (Horror Express)
1972 - O Soro Maldito (I, Monster)
1971 – A Casa Que Pingava Sangue (House That Dripped Blood, The)
1970 - Júlio César (Julius Caesar)
1970 - O Conde Drácula (Scars of Dracula)
1970 - El Conde Dracula
1970 - Grite, Grite Outra Vez (Scream and Scream Again)
1969 - O Ataúde do Morto-Vivo (Oblong Box, The)
1969 - El proceso de los brujas
1968 - Vengeance of Fu Manchu, The
1968 - Victims of Terror
1968 - Die folterkammer des Dr. Fu Manchu
1968 - A Maldição do Altar Escarlate (Curse of the Crimson Altar)
1968 - Drácula, o Perfil do Diabo (Dracula Has Risen From the Grave)
1968 - Blood of Fu Manchu, The
1968 - Face of Eve, The
1968 - As Bodas de Satã (Devil Rides Out, The)
1967 - O Passado Tenebroso (Die schlangengrube und das pendel)
1967 - Vengeance of Fu Manchu, The
1966 - Brides of Fu Manchu, The
1966 - Circus of Fear
1966 - Rasputin: The Mad Monk
1966 – Teatro dos Horrores (Theatre of Death)
1966 - Drácula, o Príncipe das Trevas (Dracula: Prince of Darkness)
1965 - Face of Fu Manchu, The
1965 - A Maldição da Caveira (Skull, The)
1965 - As Profecias do Dr. Terror (Dr. Terror's House of Horrors)
1964 - Il castello dei morti vivi
1964 - A Górgona (Gorgon, The)
1964 - Devil-Ship Pirates
1964 - La maldición de los Karnstein
1963 - Katarsis
1963 - O Silêncio (Tystnaden)
1962 - Strangehold
1962 - O Mais Longo dos Dias (Longest Day, The)
1961 - Hércules no Centro da Terra (Ercole al centro della terra)
1961 - Devil's daffodil, The
1961 - Taste of Fear
1961 - Terror of the Tongs
1960 - O Monstro de Duas Faces (Two Faces of Dr. Jekyll, The)
1960 – Horror Hotel (City of the Dead)
1959 - Tempi duri per i vampiri
1959 - A Múmia (Mummy, The)
1959 - O Homem Que Enganou a Morte (Man Who Could Cheat Death, The)
1959 - O Cão dos Baskervilles (Hound of the Baskervilles, The)
1958 - Vampiro da Noite (Dracula)
1958 - A Sombra da Guilhotina (A Tale of Two Cities)
1957 - A Maldição de Frankenstein (Curse of Frankenstein, The)
1955 - O Príncipe Negro (Dark Avenger, The)
1952 - Moulin Rouge (Moulin Rouge)
1952 - O Pirata Sangrento (Crimson Pirate, The)
1948 - Sarabanda (Saraband for Dead Lovers)
1948 - Hamlet (Hamlet)
1948 - Música na Noite (Musik I Moker)
1948 - Escravo do Passado (Corridor of Mirrors)

Fontes: Wikipédia - A Enciclopédia Livre; http://www.bocadoinferno.com/romepeige/artigos/lee.html.