domingo, 27 de novembro de 2011

Hércules, o Dinamitador

Dono de um canhão no pé esquerdo e de um torpedo no direito. Assim o ponta-esquerda Hércules de Miranda era conhecido e temido pelos adversários. Hércules começou a jogar na várzea paulista, passando em seguida a vestir as camisas do Juventus e do São Paulo da Floresta. Mas a fase mais gloriosa de sua carreira aconteceu no Fluminense, onde se tornou o artilheiro da campanha do tricampeonato de 1936, 1937 e 1938 com 56 tentos. Tudo graças principalmente aos seus gols de falta, cobrados de qualquer lugar do campo. O Dinamitador jogou seis vezes pela Seleção, marcando três gols.

Hércules de Miranda nasceu na cidade mineira de Guaxupé em 02/07/1912, e faleceu no Rio de Janeiro em 03/09/1982. Conhecido  como "O Dinamitador" tinha, segundo o cronista Geraldo Romualdo da Silva, do Jornal dos Sports, "um canhão no pé esquerdo e um míssil no direito".

A torcida carioca o viu pela primeira vez no dia 7 de janeiro de 1934, em São Januário, onde cariocas e paulistas decidiram o título brasileiro e ele fez o gol da vitória paulista na prorrogação, depois do empate por 1 x 1 no tempo regulamentar.

Hércules, que tinha passe livre depois que o São Paulo da Floresta se dissolvera, foi então contratado pelo Fluminense. Sua carreira começara na várzea paulista, e de 1930 a 1933 ele jogara no Juventus, de onde Paulo Machado de Carvalho o levou para o São Paulo. Houve a dissolução do clube e Hércules passou a atuar no Independente, time de exibição em São Paulo, ao lado de Friedenreich, Araken e Orozimbo.

Para jogar no Flu, recebeu 10 contos de réis, uma fortuna na época, e passou a formar um grande elenco com Batatais, Ernesto Santos e Machado; Marcial, Brant e Orozimbo; Sobral, Russo, Gabardo e Vicentini.

Propaganda de 1938
O apelido Dinamitador pegou a partir de 1936, quando o chute forte o consagrou definitivamente no Rio de Janeiro, graças a seus gols de falta.

Em 1938, Hércules foi à Copa do Mundo, na França, mas o auge de sua carreira aconteceu no tricampeonato de 1936, 37 e 38, quando se tornou o artilheiro absoluto da campanha com 56 gols (23, em 1936; 23, em 1937; e 10, em 1938). Em 1940, foi de novo o artilheiro do time com 12 gols. Pelo clube fez 164 gols em 176 jogos.

Em 1941, teve seu último ano de glória no Fluminense: surgiu Carneiro, que passou a dividir com ele a ponta-esquerda, e em 1943 Hércules, que encerrou a carreira cinco anos depois, pediu para ser vendido ao Corinthians - onde jogou ao lado de seu amigo Domingos da Guia, um dos zagueiros que mais trabalho tiveram para marcá-lo.

Fontes: Revista Placar; Flumania; Wikipédia.

Sinal vermelho e moça idem

Cronista que escreve sobre o diário não devia ter nunca automóvel. O andar na rua, trafegar em coletivos, ter contato mais direto com a plebe ignara ajuda às pampas. A gente se imiscuindo é que colhe material para estas mal traçadas.

Ontem, por exemplo, estava o neto do Dr. Armindo a aguardar um reparo em seu carro e, enquanto o mecânico mexia os parafusos, ficou Stanislaw na esquina a se distrair com o trabalho do guarda.

Parece que houve um exame de consciência no Serviço de Trânsito e eles puseram guarda nas esquinas, tal como acontece nas cidades civilizadas.

A turma está um pouco desacostumada e — a toda hora — vinha um e desrespeitava o sinal. O guarda apitava, o cara parava, vinha aquela espinafração regulamentar, etc, etc. Foi então que veio uma mocinha e diminuiu a marcha no cruzamento. O sinal estava no maior vermelho, mas ela, depois de olhar para os lados e não ver ninguém, foi em frente. O guarda lascou o apito. Ela se assustou, o carro ziguezagueou um pouco, mas a mocinha não parou.

Fiquei imaginando a raiva do guarda, que logo puxou o caderno e anotou o número dela (isto é, o número do carro dela, bem entendido, que mocinha ainda não está numerada).

Eu até já ia embora, cansado de ver o guarda trabalhar, quando reparei que o carro da mocinha vinha devagarinho, por uma das ruas transversais. Ela encostou no meio fio, saltou e veio falar com o guarda. Só aí deu pra ver que era uma mocinha tamanho universal, dessas de fazer cambono largar o "santo".

Como quem não quer nada, fiquei perto, ouvindo a cantada que ela ia dar no guarda. Primeiro ela perguntou se tinha sido anotada. O guarda disse apenas: "Lógico". Ela aí deu uma arremetida bossa novíssima. Falou assim:

— "Olha aqui, eu costumo desrespeitar o sinal, mas jamais desrespeitaria o guarda". E ficou olhando, para ver o efeito. O guarda nem parecia; continuava a olhar o trânsito. Ela meteu uma segunda na cantada e insistiu:

— "Eu só queria que o senhor soubesse disso. Eu posso desrespeitar o sinal, mas nunca desrespeitaria o guarda. Se eu soubesse que o senhor estava na esquina não teria avançado o sinal".

O guarda olhou para ela sorrindo. Ela suspirou, vitoriosa. E emendou:

— "Vai retirar a multa?"

E o guarda: "Não senhora".

Ela engoliu em seco e ele explicou melhor:

— "Eu não multei a senhora por ter me desrespeitado a mim e sim ao sinal".

Ela percebendo que seu golpe falhara, perguntou, irritada: "O quê??".

E o guarda: — "É isso mesmo, minha filha. Quem estava vermelho era o sinal. Não era eu não".

Ela deu uma rabanada e voltou para seu carro pisando duro, a balançar aquilo tudo.

__________________________________________________________________________
Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975

Jean Peters


Jean Peters (Elizabeth Jean Peters), atriz e modelo, nasceu em Canton, Ohio, EUA, em 15 de outubro de 1926, e faleceu em Carlsbad, Califórnia, em 13 de outubro de 2000. Filha de um gerente de lavanderia, Jean estudava Letras na Ohio State University, quando seus colegas enviaram inscrição e fotos suas para o concurso de Miss Ohio de 1946.

Acabou superando todas as outras onze candidatas e, como maior prêmio, ganhou uma série de testes em Hollywood. Acabou contratada pela 20th Century-Fox, que a escalou para contracenar com Tyrone Power no sucesso "O Capitão de Castela" (Captain from Castile, 1947).

A seguir, brilhou em "Clube das Moças" (Take Care of My Little Girl, 1951), de Jean Negulesco, "Viva Zapata" (Viva Zapata!, 1952), de Elia Kazan, ao lado de Marlon Brando e Anthony Quinn, "Torrentes de Paixões" (Niagara, 1953), de Henry Hathaway, onde contracenou com Joseph Cotten e sua grande amiga Marilyn Monroe e nos faroestes "O Último Bravo" (Apache, 1954), de Robert Aldrich, com Burt Lancaster e "A Lança Partida" (Broken Lance, 1954), de Edward Dmytryk, estrelado por Spencer Tracy.

Jean afastou-se do cinema após casar-se com o milionário texano Stuart W. Cramer III, a quem conheceu enquanto filmava "A Fonte dos Desejos" (Three Coins in the Fountain, 1954) em Roma.

Em 1957, já divorciada, uniu-se ao produtor Howard Hughes, dele também se divorciando em 1971. Nesse mesmo ano, casou-se novamente, agora com o executivo da Fox Stanley Hough, que viria a falecer em 1990.

Jean reencontrou-se com as câmeras em 1973, no telefilme "Winesburg, Ohio", baseado no livro de contos de Sherwood Anderson. Encerrou a carreira em um episódio da série Murder, She Wrote em 1988.

Faleceu na antevéspera de completar setenta e quatro anos, de leucemia. Não deixou filhos.

Filmografia


1947 O Capitão de Castela (Captain from Castile)
1948 Órfãos do Mar (Deep Waters)
1949 Todas as Primaveras (It Happens Every Spring)
1950 Gosto Deste Bruto (Love That Brute)
1951 Clube de Moças (Take Care of My Little Girl)
1951 Sempre Jovem (As Young as You Feel)
1951 A Vingança dos Piratas (Anne of the Indies)
1952 Viva Zapata (Viva Zapata!)
1952 Cavalgada de Paixões (Wait 'Til the Sun Shines)
1952 Um Grito no Pântano (Lure of the Wilderness)
1953 Torrentes de Paixões (Niagara)
1953 Anjo do Mal (Pickup on South Street)
1953 Um Plano Sinistro (Blueprint for Murder)
1953 Sombras da Loucura (Vicki)
1954 A Fonte dos Desejos (Three Coins in the Fountain)
1954 O Último Bravo (Apache)
1954 A Lança Partida (Broken Lance)
1954 Para Todo o Sempre (A Man Called Peter)
1973 Winesburg, Ohio; TV
1976 Os Banqueiros (The Moneychangers); minissérie TV
1981 Pedro e Paulo (Peter and Paul); TV

Fonte: Wikipédia.