sábado, 25 de fevereiro de 2012

Falcão, o rei de Roma

Poucos jogadores reuniram tanta elegância e domínio do meio-campo como Paulo Roberto Falcão, o maior craque da história do Internacional e um dos maiores do futebol brasileiro. Sua técnica brilhante e seu jogo cerebral foram os principais responsáveis pelos três títulos brasileiros obtidos pelo Internacional (1975, 76 e 79). Também se credita a ele o Campeonato Italiano vencido pela Roma na temporada 1982/83, depois de um jejum de 4l anos. A façanha lhe valeu a coroação de Rei de Roma. Por miopia dos técnicos, só explodiu na Seleçâo Brasileira em 1982, quando foi considerado o segundo melhor jogador da Copa, atrás de Paolo Rossi.

Paulo Roberto Falcão nasceu em Abelardo Luz, Santa Catarina, em 16 de Outubro de 1953. É ex-futebolista, comentarista esportivo, jornalista e técnico brasileiro, que atuava como volante. Estreou como jogador profissional no Internacional de Porto Alegre na década de 1970, jogava no meio de campo, tecnicamente, era um volante, mas jogava avançado e rapidamente destacou se pela grande quantidade de gols que marcava, comandando o Internacional na campanha das conquistas do campeonato brasileiro de 75, 76 e 79, além de ter ganho cinco estaduais (1973, 1974, 1975, 1976 e 1978). Jogador de técnica brilhante e de estilo clássico e elegante, é considerado até hoje um dos maiores ídolos da história do clube.

Estreou na Seleção Brasileira no dia 21 de fevereiro de 1976, em um jogo entre Brasil e um combinado dos times de Brasília. Em um ano avassalador, quando ganhou a bola de ouro, dada ao melhor jogador do Brasileirão daquele ano, era quase certo que seria convocado para jogar na Copa do Mundo de 1978, na Argentina, principalmente por fazer parte de listas antigas, foi em uma destas listas, que Falcão se apresentou dois dias atrasado por problemas médicos, ao chegar lá, o técnico brasileiro teria dito que ele precisaria entrar em forma, para depois falar com ele, e após o jogo contra a Colômbia, Falcão relatou que teria acontecido uma discussão pesada, o que acarretou na sua exclusão da seleção do técnico Cláudio Coutinho, que preferiu levar Chicão, do São Paulo.

No início da década de 1980 transferiu-se para a AS Roma, na Itália. Ajudou o time a conquistar o scudetto fato que não ocorria desde 1942; também comandou o time, ocasião em que ganhou a alcunha de "Rei de Roma" (e, na própria Itália, de Divino ou "o oitavo rei de Roma") foi comprado pela soma de um milhão e meio de dólares, em 10 de agosto, e permaneceu no clube até 1985.

Apesar do excelente retrospecto nas equipes brasileiras, o jogador era quase desconhecido na Europa (nos últimos meses haviam sido anunciados para a Roma nomes de jogadores brasileiros muito mais conhecidos até então, como Zico ou Rivelino). Estreou com a camisa de Roma num amistoso contra o seu antigo time, disputado em 29 de agosto do mesmo ano, em que a Roma e o Internacional empataram em dois gols. Estreou no campeonato italiano em 19 de setembro, em jogo que a Roma venceu o Como por 1 a 0. Disputou um total de 107 jogos, e marcou 22 gols. Os motivos para abandonar a equipe giallorossa foram atribuídos a divergências com o então presidente, Dino Viola. Deve-se salientar, no entanto, que a sua remuneração foi a mais alta paga até então para um jogador de futebol em Itália: mais de mil milhões de liras por ano.

Em 1982 fez parte, ao lado de Zico, Sócrates, Júnior e Toninho Cerezo, sob o comando de Telê Santana, da talentosa seleção brasileira que perdeu para a Itália na Copa de 1982, em célebre partida válida pelas quartas-de-final disputada no Estádio de Sarrià, em Barcelona, Espanha.

Falcão encerrou sua carreira como jogador, jogando pelo São Paulo Futebol Clube em 1985 e conquistou o título paulista no mesmo ano.

Em 1990, comentou, ao lado de João Saldanha, a Copa do Mundo da Itália pela Rede Manchete. Pouco depois do evento, recebeu um convite para treinar a Seleção Brasileira de Futebol, era o inicio de sua carreira como treinador, obteve o vice campeonato da Copa America. Mesmo encarando-se aquele como um trabalho de transição após o fiasco da Copa de 1990, no qual não importariam tanto os títulos ou mesmo os resultados em si, mas sim a formação de uma nova equipe apta a disputar a Copa de 1994, Falcão sofreu com a pressão após desempenhos considerados inexpressivos, combinada a uma forte cobrança por parte da imprensa, o que fez com que se afastasse do comando do time nacional ainda em 1991, sem completar um ano de trabalho.

A estruturação de um padrão de jogo ofensivo (que buscava se diferenciar do pragmatismo adotado pelo antecessor Sebastião Lazaroni) não foi seguida pelo sucessor Carlos Alberto Parreira, mas a posteriori reconheceram-se os méritos de Falcão na formação do time que conquistaria o tetracampeonato, pois foi o primeiro a convocar jogadores, como Cafu, Márcio Santos e Mauro Silva, que seriam importantes na história daquele título mundial.

Como treinador do América do México, conquistou a Copa Interamericana em 1991 e a Copa dos Campeões da CONCACAF em 1992. Em 1993 assumiu pela primeira vez o comando do Internacional, time que o projetou como jogador profissional e onde é um dos maiores idolos da torcida. Também esteve no comando da Seleção Japonesa de Futebol entre 1994 e 1995.

Falcão atuou por um grande período (14 anos, de 1996 a 2010) como comentarista esportivo da Rede Globo de televisão. Foi comentarista anteriormente na Rede Manchete, e teve também um programa semanal de entrevistas na Rádio Gaúcha.

Em abril de 2011, largou seus trabalhos na televisão e no rádio, e voltou a ser técnico de futebol, voltando a comandar o Internacional. Foi eliminado em casa pelo Peñarol nas oitavas-de-final da Copa Libertadores da América, mas levou o time a mais um título gaúcho, o seu primeiro como técnico do clube, superando o rival Grêmio após uma disputa por pênaltis. No dia 18 de julho, após apenas três meses no comando do Internacional, foi demitido pelo então presidente do clube, Giovanni Luigi, um dia após a derrota por 3 a 0 para o São Paulo, pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Beira-Rio.

Em fevereiro de 2012, Falcão foi anunciado como novo treinador do Esporte Clube Bahia, substituindo Joel Santana que havia acertado com o Flamengo. Sua estreia no comando do Bahia aconteceu exatamente no maior clássico da equipe, o Ba-Vi, onde Falcão reencontrou seu ex-companheiro de Seleção Brasileira, Toninho Cerezo, treinador do arquirrival Vitória. O clássico acabou empatado sem gols, porém a postura apresentada pelo tricolor baiano na partida acabou por agradar a maior parte dos torcedores e da imprensa.

Títulos

Internacional: Campeonato Gaúcho: 1973, 1974, 1975, 1976 e 1978; Campeonato Brasileiro: 1975, 1976 e 1979; Roma: Copa da Itália: 1981 e 1984; Campeonato Italiano: 1982-83; São Paulo: Campeonato Paulista: 1985; Seleção Brasileira: Torneio Pré-olímpico: 1971; Copa Roca: 1976; Copa Rio Branco: 1976; Taça Oswaldo Cruz: 1976; Taça do Atlântico: 1976; Torneio do Bicentenário dos Estados Unidos: 1976; Mundialito de Cáli: 1977; Equipe Fair Play da Copa do Mundo: 1982 e 1986. Como treinador - América do México: Copa Interamericana: 1991; Copa dos Campeões da CONCACAF: 1992; Internacional: Campeonato Gaúcho: 2011

Prêmios

FIFA 100: 2004
Bola de Prata da Revista Placar : 1975, 1978, 1979
Bola de Ouro da Revista Placar: 1978, 1979
Onze de Bronze: 1982
Onze d'Argent: 1983
Bola de Prata da Copa do Mundo FIFA: 1982
2º Maior Futebolista Sulamericano do ano: 1982
3º Maior Futebolista Sulamericano do ano: 1979
Craque do time das estrelas da Copa do mundo: 1982
3º Melhor jogador do Mundo "World Soccer": 1982
3º Melhor jogador do Mundo "World Soccer":1983
12º Maior jogador Brasileiro do Século XX Pela IFFHS:1999
31º Maior jogador sulamericano do século IFFHS : 1999
100 Craques do Século - World Soccer : 1999

Fontes: Wikipédia; Revista Placar.

Maracujá enrugado

O maracujá fica todo enrugado, quando está maduro, porque se desidrata. Ele perde água para o ambiente e vai murchando. Mas isso só acontece com os frutos colhidos. "No pé, o maracujá maduro é todo liso", afirma a engenheira agrônoma Laura Maria Molina Meletti, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Na verdade, o enrugamento é uma forma de proteger seu conteúdo. A casca do maracujá é grossa e rica em água, o que garante a conservação da parte interna por mais tempo. Quando o fruto é colhido, a casca perde líquido e fica mais fina para preservar o recheio.

Um detalhe importante: o enrugamento não significa que o maracujá esteja estragado ou com sabor ruim. "Ao contrário: com a perda de líquido, a polpa fica mais concentrada", diz Laura. O problema é quando as ruguinhas aparecem em frutos ainda verdes. Aí, sim, é sinal de infestação por percevejos ou moscas. Mas se isso ocorre, os maracujás não chegam à feira ou à prateleira do supermercado.

Embora a maioria das quase 500 espécies utilize esse mecanismo de defesa, existem alguns tipos que não enrugam. É o caso do maracujá-maçã (Passiflora maliformis), um pequeno fruto silvestre que permanece liso mesmo depois de colhido. A casca dura se mantém intacta porque seu recheio muito doce é uma saborosa sobremesa para os insetos. "Se a espécie perdesse água, os bichos certamente devorariam o fruto e as sementes", afirma Laura.

Fonte: Educação Adventista - Blog Prof Genivaldo.

Madeira de lei

"Madeira de lei" é uma expressão que nasceu quando nosso país ainda era uma colônia de Portugal. "No início da exploração lusitana, esse termo foi criado para designar as madeiras que só podiam ser derrubadas se a Coroa portuguesa autorizasse - ou seja, o corte dependia da permissão por lei", afirma o biólogo João Batista Baitello, do Instituto Florestal de São Paulo.

Na época, a primeira árvore a ser classificada como madeira de lei foi o pau-brasil, numa tentativa de impedir que ela fosse contrabandeada por navios espanhóis, franceses e ingleses que aportavam na costa do país.

Mais adiante, madeiras como o jatobá e a peroba também foram incluídos nessa categoria. "Depois da independência, as regras da Coroa deixaram de ter validade, mas a expressão continuou a ser usada no dia-a-dia. Hoje, 'madeira de lei' indica madeiras duras, resistentes e de alto valor comercial", diz João Batista.

Com essa definição mais ampla, espécies como o ipê, o mogno, o cedro e o jacarandá passaram a integrar esse nobre time. Um dos segredos da durabilidade dessas árvores é que elas produzem em seu cerne substâncias químicas que protegem o tronco do ataque de fungos e insetos. Graças a essa proteção, uma espécie nobre pode sobreviver por centenas de anos e servir para diversas aplicações, da construção de casas ao desenvolvimento de instrumentos musicais, passando pela fabricação de móveis super-resistentes.

Entretanto, o desmatamento desenfreado fez com que boa parte das madeiras de lei praticamente sumisse das matas do país. Seu uso também ficou mais restrito - os móveis vendidos hoje como "padrão mogno", por exemplo, são na verdade feitos com madeiras bem menos resistentes, apenas revestidos por uma fina camada da espécie nobre.

Atualmente, a exploração é controlada: pela lei de crimes ambientais, o corte de madeira de lei sem a autorização do governo pode dar até dois anos de cadeia. O difícil é fazer cumprir a regra. Não é novidade que as madeiras nobres continuam rareando por conta da derrubada ilegal.

Fonte: Mundo Estranho

Biscoito de polvilho

"Olha o Biscoito Globo, salgado ou doce!" Esse já faz parte da cultura carioca e sucesso nas praias há mais de 50 anos. Isso sem nenhuma propaganda e nenhuma mudança na embalagem desde seu lançamento em 1955. Isso sim é um verdadeiro caso de sucesso! O bonequinho da logomarca é inspirado no “o bonequinho viu”, símbolo da coluna de críticas de cinema do jornal O Globo. Tem receita mineira e sucesso carioca, mas foi criado numa padaria paulistana. Conheça o biscoito de polvilho.

Ele é feito basicamente de água, leite, óleo e polvilho. Assim que é levado ao forno, a água dos ingredientes começa a evaporar e os gases se expandem. É isso que faz a textura aerada do biscoito. No final do cozimento, perto dos 75 ºC, as paredes das células da massa formam uma crosta na parte exterior do biscoito e o impedem de continuar crescendo. Assim ele chega ao tamanho final, cheio de buracos.

A palavra vem do latim "pulvu", que deu origem ao português "pó" e "poeirento" (como o biscoito). Já a origem do quitute é muito menos conhecida. Ele é um prato tradicional mineiro. Não se sabe ao certo quem inventou a receita - apenas que é antiga. Segundo o historiador Câmara Cascudo, no século 18, as cozinheiras das fazendas de Minas Gerais já preparavam biscoitos de polvilho para servir aos senhores.

Sinônimo de biscoito de polvilho para os cariocas (e turistas), o Biscoito Globo nasceu em São Paulo. Com a separação dos pais, os irmãos Milton, Jaime e João Fernandes tiveram que trabalhar na padaria de um tio no Ipiranga. Foi lá que, em 1953, eles aprenderam a fazer o biscoito. Dois anos depois, ele desembarcou no Rio para participar de um evento católico. Como o produto bombou, eles nunca mais voltaram a São Paulo.

A fábrica do Globo funciona de domingo a domingo, das 6h às 20h. Cerca de 350 ambulantes fazem fila na porta para comprar os 150 mil biscoitos produzidos diariamente. São 10.714 biscoitos por hora. Nos dias de sol, são vendidos até 12 mil pacotes. Cada pacote, salgado ou doce, custa R$ 0,70 e o ambulante pode revendê-lo pelo valor que quiser.

O Biscoito Globo nunca fez propaganda, recusou ofertas de abrir franquias em outros estados, jamais mudou de embalagem e tem um único ponto de distribuição: a fábrica. Da mesma forma, nunca pensou em licenciar a marca, por isso, a embalagem já apareceu estampada em cangas, biquínis, bolsas, etc. A única inovação de design está nas cores: os pacotes vermelhos vendem biscoito doce e os verdes, salgado - herança de uma época em que os ambulantes eram analfabetos. (por André Bernardo)

Fontes: Rio em Fotos e Dicas; Superinteressante in: Cris Leite (Chef de cozinha, professora de Culinária Brasileira do Senac-Rio), Francisco Lourenço (gerente geral do Biscoito Globo), Jacira Conceição dos Santos (Associação Brasileira de Nutrição) e João Bosco de Carvalho (proprietário da Polvilho Orivaldo), Antônio Vitor Machado (professor de tecnologia dos alimentos da Universidade Federal de Campina Grande).