quinta-feira, 1 de março de 2012

A injeção letal

Como agem as injeções letais usadas em execuções nos EUA? O condenado, firmemente preso a uma maca, recebe três substâncias, aplicadas no braço por via intravenosa. A primeira seringa vem recheada com uma dose altíssima de anestésico, que o deixa desacordado.

Segundo o anestesiologista José Otávio Auller Jr., da Universidade de São Paulo, não dá nem para contar até dez antes de dormir. “Só essa quantidade exagerada de barbitúrico, vinte vezes maior do que a média usada em cirurgias, já pode provocar a morte por parada respiratória.”

Em seguida, os executores aplicam um forte relaxante muscular, que, entre outros efeitos, paralisa o diafragma, interrompendo a respiração. O toque final é dado pelo cloreto de potássio, que pára o coração. A morte chega em cerca de 1 minuto.

Visto friamente, sem levar em conta a questão ética envolvida na pena de morte, o método de execução é eficiente. Mesmo assim, pode apresentar complicações. Entre os acidentes possíveis está a má aplicação das substâncias. “Se o preso oferecer resistência e o anestésico acertar o músculo por engano, a dor será insuportável”, ressalta Auller Jr.

Trinta e oito Estados americanos prevêem a pena de morte em sua legislação. “Desse total, só quatro ainda utilizam a cadeira elétrica: Alabama, Geórgia, Nebraska e Flórida”, diz Tracy Snell, do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Alguns também recorrem à câmara de gás.

O coquetel macabro

1 – Uma boa quantidade (5 gramas) do anestésico pentotal sódico encharca o córtex cerebral, atrapalhando o funcionamento das células responsáveis pela consciência e desacordando o preso.

2 – Depois, são aplicados 50 mililitros de brometo de pancurônio, um relaxante muscular. Ele impede que o sinal nervoso responsável pela contração dos músculos seja transmitido. O diafragma – essencial para a respiração – deixa de funcionar.

3 – Nessa etapa, o condenado geralmente já está morto. Mas, para garantir a execução, são injetados mais 50 mililitros de cloreto de potássio, que impedem a contração do músculo cardíaco, parando o coração.

Fonte: Mega Arquivo.

Gatos caem sempre de pé

Os gatos sempre caem de pé porque eles têm um apurado senso de equilíbrio, que lhes permite fazer movimentos rápidos e girar o corpo para cair sobre as quatro patas. Para executar esse invejável malabarismo, o bichano conta com a grande sensibilidade dos receptores vestibulares que integram o labirinto, uma estrutura na parte interna do ouvido responsável pelo equilíbrio.

Sempre que o gato está numa posição desconfortável, ocorre um aumento de pressão na região, o que funciona como um alerta. Essa mensagem, somada às que são captadas pela visão do animal, é enviada para o sistema nervoso central, que a interpreta e manda vários sinais elétricos para o aparelho locomotor, principalmente os músculos. Estes, então, realizam uma série de movimentos instintivos, que fazem o corpo do animal recuperar o equilíbrio. "O primeiro movimento é a rotação da cabeça na direção da posição correta, seguida da rotação da porção superior do corpo.

Por fim, há a rotação da parte inferior", diz o veterinário Gelson Genaro, especialista em felinos da USP de Ribeirão Preto (SP). Além do gato, outros membros da família Felidae, como leopardos e jaguatiricas, também são capazes da mesma proeza.

Fonte: ME

A ilusão da lua no horizonte

Por que a Lua parece maior quando está próxima ao horizonte? Esta pergunta foi ponderada por centenas, se não, há milhares de anos. Este problema é comumente conhecido como ilusão da lua.

Algumas pessoas especularam que existe algum efeito que faz a atmosfera agir como uma lente de aumento que amplia a Lua, fazendo-a parecer maior. O fato é que, na verdade, qualquer distorção causada pela atmosfera, faria a Lua parecer um pouco menor.

A maioria dos cientistas concorda que o motivo da Lua parecer maior simplesmente está em nossas mentes. Nossa mente interpreta as coisas que vemos de maneiras interessantes. Por exemplo, se você olhar para qualquer batente de porta, verá que ele é retangular. Mas se você fizer um esboço do contorno do batente do ângulo que você está olhando para ele, muito provavelmente você esboçará um trapezóide. Sua mente ajusta a porta para que você a perceba como um retângulo de qualquer ângulo que você olhar para ela. Essa teoria é chamada de constância de forma.

A constância de tamanho ocorre todo o tempo. Se você olhar na rua e vir um carro esporte a cerca de 15 m de distância e, atrás dele, a cerca de 30 m, uma grande Van, você sabe que a Van é maior, apesar de ela produzir uma imagem menor na sua retina.

Uma teoria sobre a ilusão da lua diz que quando a Lua está próxima do horizonte a percebemos mais distante de nós do que quando ela está no alto do céu. Mas como a Lua, de fato, tem o mesmo tamanho, nossas mentes a fazem parecer maior quando ela está próxima do horizonte para compensar a distância aumentada.

Uma maneira de você enganar a sua mente quanto à ilusão da lua é se curvar sobre a cintura e olhar para a Lua de cabeça para baixo por entre as suas pernas.

Uma explicação alternativa sustenta que a ilusão da lua é causada pela maneira como os nossos olhos focam objetos distantes e próximos. Quando focamos a Lua no horizonte, focamos a Lua a uma distância maior. A Lua acima de nossas cabeças não nos dá dicas do quão distante ela está, assim, focamos a Lua como se ela estivesse a uma curta distância de nós.

Assim, por hora, o que sabemos é que não há uma resposta certa. Mas, em uma coisa as pessoas concordam: a Lua não muda fisicamente o seu tamanho ou sua distância da Terra enquanto se move no céu. Tudo se passa nas nossas mentes.

Fonte: HowStuffWorks.

Um acusador fantasmagórico

Ouvi contar a história que me parece verídica de um homem trazido à barra da justiça por suspeita de assassinato, mas de um assassinato que ele não imaginava ser possível ao conhecimento humano desvendar.

Quando teve de fazer juramento no tribunal declarou-se inocente, e a corte começou a carecer de provas, só aparecendo suspeitas e circunstâncias. No entanto, todas as testemunhas possíveis foram examinadas, colocando-se estas, como é de costume, num pequeno estrado, para serem visíveis de todo o tribunal.

Quando a corte pensou que não tinha mais testemunhas para inquirir e já estava o homem prestes a ser absolvido, ele deu um salto no lugar onde se achava, como se alguma coisa o amedrontasse. Recobrando, no entanto, a coragem, apontou com o braço para um sítio onde se situavam usualmente testemunhas para depor em julgamento, e fazendo sinais com a mão disse:

- Meritíssimo. Isso não é justo. Isso não é legal. Ele não é uma testemunha legal!

A corte ficou surpresa e não podia entender o que queria dizer o homem. Mas o juiz, um homem de mais penetração, compreendeu o que se passava e, fazendo calar alguns da corte, que desejavam falar e que talvez tivessem ajudado o homem a recuperar a razão, disse:

-Quietos! - disse ele. - O homem vê alguma coisa mais do que nós vemos. Começo a entendê-lo.

E, virando-se para o prisioneiro:

-Como? - disse ele. - Ele não é uma testemunha legal? Creio que a corte aceitará o que disser quando vier a falar.

-Não, Meritíssimo. Não é justo. Não pode ser permitido - declarou o prisioneiro, com uma veemência confusa em sua fisionomia que demonstrava que ele tinha um coração audaz, mas uma consciência culpada.

-Por que não, meu amigo? Que razão você apresenta para isso? - perguntou o juiz.

-Meritíssimo - respondeu este -, nenhum homem pode ser testemunha em causa própria. Ele é uma parte, meritíssimo. Ele não pode ser testemunha.

-Mas você se engana - disse o juiz pois você é indiciado em nome do Rei, e o homem pode ser uma testemunha do Rei, como no caso de um assalto nas estradas nós sempre permitimos que a pessoa assaltada apareça como testemunha, porque, se não fosse assim, o assaltante não poderia ser condenado. Mas nós ouviremos o que tem a dizer quando for inquirido.

Isso foi dito pelo juiz com tanta gravidade e de uma forma tão natural que o criminoso no banco dos réus respondeu:

-Se o senhor permitir que ele seja uma testemunha, eu serei um homem morto.

Essa última palavra ele a pronunciou em tom mais baixo do que o resto, mas pediu uma cadeira para sentar-se.

A corte ordenou que lhe fosse dada uma cadeira, a qual, se não lhe houvesse sido oferecida, teria feito uma falta capaz de fazê-lo cair ao chão. Observou-se que, quando se sentou, aparentava grande consternação e que levantou as mãos várias vezes, repetindo:

-Sou um homem morto! Um homem morto!

Por fim, o juiz disse-lhe:

-Olhe aqui, Senhor... (chamando-o pelo nome). Não lhe resta mais do que um caminho, e eu o lerei para o senhor, do texto das Escrituras.

E, pedindo uma Bíblia, ele a abriu no Livro de Josué, e leu o texto de Josué 7, 19: "Então disse Josué a Acã: Filho, dá glória ao SENHOR Deus de Israel, e a ele rende louvores; e declara-me agora o que fizeste, não mo ocultes".

A essas palavras, o assassino que se condenava a si mesmo rompeu em choro e em lamentação por sua miserável condição, e fez uma inteira confissão do crime. E, quando a terminou, explicou da seguinte maneira os motivos de sua surpresa: que vira a pessoa assassinada no estrado das testemunhas, pronta a ser inquirida e prestes a mostrar a garganta que fora cortada pelo prisioneiro, e que, como disse o réu, permaneceu olhando-o com uma terrível fisionomia. E isso o deixou atônito, como é natural. E, contudo, não houve aparição real, não houve espectro ou fantasma. Tudo lhe pareceu existir por causa de sua culpa e pela agitação de sua alma, inflamada e surpreendida pela influência da consciência.


Daniel Defoe (1660-1731), o célebre autor de As aventuras de Robinson Crusoé foi um dos mais prolíficos escritores que se conhece, com mais de 500 títulos publicados. Entre os inúmeros gêneros que abordou (religião, política, sociologia, história, ficção, poesia) no seu jornal The Review (que ele escrevia praticamente sozinho). Defoe acreditava profundamente na reencarnação e escreveu  Contos de Fantasmas baseado em entrevistas ou relatos conhecidos. Segundo ele, os episódios aqui relacionados – com exceção dos que estão agrupados sob o título de "Falsos fantasmas" – são todos verdadeiros e, em alguns deles, ele estaria disposta a ir em juízo, levando testemunhas e provas concretas. "A aparição da senhora Veal" é um dos exemplos.