quinta-feira, 12 de abril de 2012

Tostão, o mineirinho de ouro

Lutar contra as adversidades parece ter sido o destino de Tostão. Quando o placar não favorecia o Cruzeiro, lá surgia todo seu talento para comandar a reação através de gols marcados com a assinatura de gênio. Tostão só não pôde combater um adversário: o descolamento de retina provocado por uma bola rebatida pelo tosco zagueiro Ditão, num jogo contra o Corinthians. Apesar do problema, o craque brilhou nas eliminatórias para a Copa de 1970, tornando-se o artilheiro com dez gols. No México, deixou sua marca de gênio, marcando gols e construindo jogadas antológicas. Defendendo o Cruzeiro, conquistou suas maiores glórias tornando-se o maior artilheiro da história do clube.

Eduardo Gonçalves de Andrade nasceu em Belo Horizonte, MG, em 25 de Janeiro de 1947. Ganhou o apelido de Tostão ainda criança. Quando tinha sete anos, foi “convocado” para reforçar o time de várzea do bairro que enfrentaria os garotos do Atlético-MG. Ele só entrou no segundo tempo e parecia sumir no meio de meninos de 12, 15 anos. O garotinho marcou um gol e saiu carregado nos braços pelos companheiros.

Havia Toró e havia Tostão. Quem assistia às peladas no IAPI, um conjunto habitacional próximo ao centro de Belo Horizonte, garantia que o primeiro era o melhor. Mas envergonhado por ser portador de vitiligo, uma doença que provoca manchas na pele, ele se recusava e vestir um calção. Desistiu da bola. O companheiro, não. O time era Associação Esportiva Industriários Como era o mais mirrado e o mais novo do time, ganhou o apelido de Tostão (a moeda já era bem desvalorizada na época) e foi escolhido para jogar na ponta-esquerda, onde se especializou em chutar exclusivamente com a canhota. Um acidente aos 6 anos com uma das unhas do pé direito, impedia Tostão de chutar com o pé destro. O trauma foi superado somente 13 anos mais tarde na Seleção Brasileira onde o preparador físico Paulo Amaral o convenceu a treinar diariamente 200 chutes com a direita, para se tornar um meia completo.

Tostão iniciou sua carreira no futebol de salão do Cruzeiro em 1961. Em 1962, com quinze anos e ainda no Cruzeiro, Foi para a equipe júnior de futebol de campo. No mesmo ano, o América Mineiro contratou o jogador que jogou apenas um ano no clube do coração dos seus pais. Em 1963, voltou ao Cruzeiro, clube que o projetou para o Brasil e o mundo. O então diretor Felício Brandi chegou atrasado mais de uma hora ao próprio casamento só para concluir a contratação de Tostão. Daí engrenou na carreira formando o famoso tripé com Wilson Piazza e Dirceu Lopes.

Foi recolhido o seu talento, quando ao lado de Dirceu Lopes, com quem formou uma das duplas de maior talento no futebol brasileiro de todos os tempos. No ano de 1966, o Cruzeiro bateu o maior Time de Todos os Tempos, o Santos Futebol Clube, Bicampeão da Copa Libertadores e do Mundo (1962/1963) e atual penta-campeão da Taça Brasil, que contava com nada mais, nada menos do que Pelé, Pepe, Mauro, Zito, Mengálvio, Gilmar, Coutinho e outros grandes jogadores. O Cruzeiro era um time de garotos, que além de Tostão contava com Dirceu Lopes, Wilson Piazza, Raul Plassmann, Natal, entre outros.

Foi a noite mais mágica que o Gigante da Pampulha já teve. A maior partida da história do Cruzeiro e que fez com que ele hoje tenha essa grandeza. O time Celeste deu simplesmente um show no Santos, terminando o primeiro tempo em 5 a 0 para o Cruzeiro, comandado por Tostão e Dirceu Lopes. A partida foi encerrada em 6 a 2 para os mineiros, a derrota mais humilhante que o até então imbatível time da Vila Belmiro havia sofrido. .

Uma semana depois, o jogo de volta no Pacaembu, o Santos abriu 2 a 0 e os paulistas esperavam que a goleada fosse devolvida. No intervalo o presidente do Santos já tentava marcar o terceiro jogo que seria realizado no Maracanã. O Cruzeiro voltou motivado, e partiu pra cima. O nosso craque perdeu um penâlti e não se abateu, pelo contrário, jogou ainda com mais gana, marcou um gol épico de falta que deu início à reação. Logo depois, Dirceu Lopes empatou a partida (o empate já era o suficiente para o título), o incrível após o gol, o Santos não esboçou nenhuma reação. O Cruzeiro é que continuou atacando. E o terceiro gol veio para coroar uma reação sensacional e fechar com chave de ouro uma campanha maravilhosa. Hilton Oliveira tocou para Tostão driblar vários adversários e entregar limpinha para Natal que livre, apenas encostou para fazer Cruzeiro 3 a 2 Santos. Foi uma alegria indescritível. O Cruzeiro era campeão brasileiro com duas vitórias sobre o melhor time do mundo.

Mesmo atuando no meio de campo, com a responsabilidade de armar as jogadas para os atacantes, Tostão é o maior artilheiro da história do Cruzeiro, com 249 gols. Estabeleceu marcas no Campeonato Mineiro, quando sagrou-se o goleador por quatro edições seguidas: em 1965, 1966, 1967 e 1968. Foi ainda o artilheiro da última edição da Taça de Prata, em 1970.

Tostão fez sua última partida oficial pelo Cruzeiro jogando com a camisa 7 contra o Nacional de Uberaba, nesta cidade, em abril de 1972, pelo campeonato mineiro, que apontou o resultado final de 2x2.

O Mineirinho de ouro, como foi apelidado, integrou o mítico ataque da seleção que conquistou o tricampeonato mundial em 1970, transferiu-se do Cruzeiro para o Vasco em Abril de 1972, na maior transação envolvendo clubes brasileiros até aquela época. Como jogador do Vasco, naquele mesmo ano, sagrou-se campeão da Minicopa pelo Brasil. A contratação de Tostão foi o símbolo do início de uma nova fase no Vasco, que passava por uma crise, e empolgou a torcida. Infelizmente, os vascaínos não puderam contar por muito tempo com seu futebol brilhante e inteligente.

Em fevereiro do ano seguinte, após um amistoso do Vasco com o Argentinos Juniors, Tostão anunciou o final de sua brilhante carreira, com 26 anos. Uma inflamação na retina operada no jogo entre Vasco e Argentinos Juniors levou o jogador novamente a Houston e foi impedido de jogar com o risco de ficar cego. Um ano após chegar ao Vasco, abandona o futebol prematuramente. Tostão marcou seu último gol no dia 10 de fevereiro de 1973, contra o Flamengo. Dezessete dias depois, dá adeus ao futebol, após enfrentar o Argentino Juniors.

Seleção Brasileira

Estreou na Seleção Brasileira no dia 15 de maio de 1966, em amistoso no Morumbi, contra o Chile, no empate de 1 a 1. Aos 19 anos, em 1966, ele foi um dos 47 convocados para a seleção brasileira que se preparava para a Copa do Mundo da Inglaterra. Conquistou uma vaga entre os 22 e atuou apenas uma vez naquele Mundial relâmpago para o Brasil. O Brasil perdeu de 3 a 1 para a Hungria, em Liverpool, com gol dele. Foi um dos poucos que se salvaram da fracassada participação na Inglaterra.

No dia 24 de setembro de 1969, jogava Cruzeiro e Corinthians, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, no Pacaembu, à noite. Tostão recebe o impacto de uma bola chutada pelo zagueiro Ditão de raspão no mesmo olho esquerdo. Sofre deslocamento de retina do mesmo olho esquerdo. A torcida, de Norte a Sul, acompanha sofrido o drama de um craque genial. Do craque e do cidadão Eduardo Gonçalves de Andrade, às vésperas do Mundial do México 1970. Dia 2 de outubro de 1969, Tostão é submetido a uma cirurgia, em Houston (EUA), pelo médico Roberto Abdalla Moura, no Hospital Metodista de Houston.

Todos torciam para sua recuperação,um jovem de 22 anos, inteligente, culto, leitor de autores incomuns as seus companheiros de profissão, ligado nos acontecimentos do mundo, fã de dom Helder Câmara, preocupado com as injustiças sociais, defensor da liberdade e da democracia, temas nada afetos ao universo do futebol. Saldanha caiu na seleção, deu o lugar a Zagallo. Este não acreditava na recuperação do craque mineiro, que era liberado para voltar às atividades a três meses da Copa. O médico Lídio Toledo, também não. Mas, não se sabe se por feeling, pela velha estrela, por superstição, o fato é que Zagallo deu todas as chances a Tostão.

Às vésperas do embarque, o craque reassumiu seu lugar no time, ao lado de Pelé. E a dupla atuou as seis partidas da epopéia do tricampeonato mundial. No dia seguinte a cada jogo, o doutor Moura era personagem de uma operação sigilosa que o levava à concentração brasileira, para examinar o olho esquerdo que mais preocupava o Brasil. Mesmo com todo risco e com desconfiança dos dirigentes, com a camisa 9 Tostão disputou a Copa de 1970 e volta do México com seu mais importante título: tricampeão mundial. Quem não se lembra da jogada genial na partida contra a Inglaterra, quando driblou vários adversários e originou o gol da vitória, feito por Jairzinho. Fez ainda dois gols contra o Peru naquele Mundial. Boa parte da crítica européia o apontou como o maior craque do Mundial.

Voltaria ao futebol na década de 90, principalmente em 1994, após a Copa de 1994, como comentarista esportivo e colunista de várias televisões e jornais.Em 1993 consta que Tostão era médico e professor da Faculdade de Ciências Médicas e recebeu uma homenagem pelos seus feitos no Cruzeiro. Em 1997, com 50 anos, médico e comentarista de futebol, Tostão reencontra agora um novo prazer na vida: escrever. Tostão escreveu o livro de memórias “Lembranças, Opiniões e Reflexões sobre Futebol”, pela editora DBA de São Paulo, lançado nacionalmente 23 de agosto.

Principais títulos

Seleção Brasileira: Copa do Mundo 1970; Brasil Argentina Copa Rocca 1971; Taça Independência 1972.

Cruzeiro: Campeonato Brasileiro 1966; Campeonato Mineiro 1965, 1966, 1967, 1968, 1969; Torneio Início de Minas Gerais 1966.

Fontes: Revista Placar; Wikipédia.

Cabelo estilo moicano

O cabelo estilo moicano surgiu com os mohawks, povo indígena da América do Norte. No século 17, os guerreiros da tribo eram conhecidos por ter todo o cabelo raspado, com exceção de uma faixa no meio da cabeça, que ia da testa à nuca - um símbolo de bravura na luta contra a opressão dos brancos.

Entre as décadas de 70 e 80, o estilo moicano foi adotado pelo movimento punk, introduzido por Wattie Buchan, vocalista da banda The Exploited, que exibia os cabelos espetados em suas apresentações. Para os punks, tanto o penteado como a vestimenta eram ícones da diferença e da liberdade, uma luta contra o sistema de governo repressor.

Mas o que antes era chocante acabou se tornando popular - principalmente entre os jovens. Hoje, os moicanos coloridos e de diferentes tipos fazem sucesso: nas ruas, na televisão e até nos campos de futebol.

Fonte: Dario Beca, cabeleireiro do Studio W Higienópolis via Mundo Estranho.

O naufrágio mais antigo do Brasil

A equipe de arqueólogos e mergulhadores que descobriu no litoral de Santa Catarina fragmentos de um navio espanhol identificou que as peças correspondem a um naufrágio ocorrido em 1583, o mais antigo que se tem notícia no Brasil.

A primeira peça foi encontrada em 2005, mas foi apenas recentemente, quando trouxeram à superfície novos vestígios e após uma pesquisa histórica, que veio a comprovação de que se trata de um navio espanhol afundado no século 16, afirmaram à Agência Efe fontes da ONG Projeto Barra Sul e da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), responsáveis pela descoberta.

As peças resgatadas e a pesquisa indicaram que o naufrágio é de um navio integrante de uma frota que partiu da Espanha em 1581 com o objetivo de construir duas fortalezas no Estreito de Magalhães - passagem natural entre os oceanos Atlântico e Pacífico - para conter o avanço dos piratas ingleses que ameaçavam os territórios descobertos na América.

Documentos históricos situam o acidente no dia 7 de janeiro de 1583 no litoral brasileiro. "No dia 14 de março, começaremos uma nova temporada de mergulho para tentar retirar o máximo de objetos", adiantou à Efe Beth Karam, assessora de imprensa da Unisul.

Conforme os responsáveis, até abril será possível retirar todo o material depositado em um banco de areia de três metros de extensão e descobrir o restante da embarcação. A descoberta foi atribuída aos mergulhadores do Projeto Barra Sul, uma organização criada em 2005 para encontrar vestígios arqueológicos submarinos no litoral de Santa Catarina e que até o momento localizou outros três naufrágios do século 16.

A primeira peça do navio resgatada foi uma pedra com desenho em alto-relevo de dois leões e dois castelos com um símbolo português no meio. Esse escudo remete aos reinos de León y de Castilla e ao período da União Ibérica, quando os reinos de Espanha e Portugal eram unificados, entre 1580 e 1640. Para os arqueólogos, a pedra aparentemente seria colocada na entrada da fortaleza.

Os pesquisadores resgataram ainda uma placa triangular, datada de 1582, com o nome do então rei da Espanha, Felipe II. Segundo os especialistas, o objeto seria um distintivo de posse que os navegantes e descobridores costumavam deixar como marco nos territórios explorados pela primeira vez.

Nas expedições submarinas de março, os mergulhadores tentarão recuperar um canhão, cerâmicas, pedras de lastro e projéteis de diferentes calibres já avistados. O litoral de Santa Catarina, que no século 16 ainda não havia sido colonizado por Portugal, foi rota de várias expedições espanholas a partir da realizada em 1525 por Rodrigo de Acuña, que deixou 17 de seus tripulantes na ilha de Santa Catarina, onde posteriormente Florianópolis foi fundada.

Entre os expedicionários que passaram por Santa Catarina estão Sebastián Caboto (1526-1527) e Álvar Núñez Cabeza de Vaca, que desembarcou na região em 1541 para seguir por terra até o Paraguai, sendo o primeiro europeu a avistar as Cataratas do Iguaçu. O Projeto Barra Sul considera que a região é um cemitério de navios, ponto "estratégico e crítico por ser o último porto para abastecimento dos navegantes europeus com destino ao Rio da Prata e ao Estreito de Magalhães, e por causa do leito acidentado e bancos de areias móveis", explicou Gabriel Corrêa, diretor do projeto.

Fontes: Terra; G1.