quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Década de 50 e o fim dos cassinos

Elvira Pagã, na Revista de Copacana
Em abril de 1946, os jogos de azar foram proibidos no Brasil, por ordem do presidente Eurico Gaspar Dutra, sob a influência   da sua mulher Carmela Teles Leite Dutra, conhecida como Dona Santinha, por sua vez, influenciada pela Igreja Católica. Essa proibição teve forte efeito sobre os atores do teatro de revista que transitavam pelos shows de cassinos completando suas rendas e fazendo-se conhecidos de outras plateias. Havia muitos artistas que trabalhavam exclusivamente em shows de cassinos.

Desempregados migraram para o teatro. O fim do jogo no País e a extinção dos cassinos provocaram un tour de force de homens empreendedores, a fim de que o divertimento e o dinheiro fossem desviados para outros locais e com outros tipos de   lazer e entretenimento.  

Essa sociedade sofisticada que movimentava restaurantes e night clubs era chamada de café society. O maior desses homens empreendedores era Carlos Machado, também conhecido como "O Rei da Noite". Ele institucionalizou o show de boate e tornou famosas suas boates Monte Carlo, Casablanca e Night and Day. Colocou um palco menor, cuidou da sonorização e dos ambientes, chamou as melhores e mais bonitas vedetes, os melhores músicos e revistógrafos experientes para escrever esquetes. Serviu muito whisky aos frequentadores e, aos poucos, assumiu o strip tease nas altas horas. A este conjunto, que era também outro modo de fazer teatro de revista, chamaram "Teatro da Madrugada". 

Os shows se caracterizavam por trazer os elementos básicos do teatro de revista para um espaço menor: a boate. Renata Fronzi e Cesar Ladeira faziam isso no espetáculo Café Concerto, dando mais ênfase à parte musical com influência direta dos cabarés  parisienses. 

Paralelamente, o teatro de revista continuava como o movimento teatral mais expressivo do Rio de Janeiro. Mas agora, a vedete ganhava mais força e importância. Esta figura, no início, dividia as atenções com cômicos e bons textos.

Na década de 1950, a vedete está em primeiríssimo plano. Eram pra ela todas as atenções. Se cantasse bem, melhor. Mas o  importante era que fosse escultural. De preferência, com as medidas da Vênus de Milo ou, um pouco mais brasileira, como Marta Rocha. Com o fim do jogo, Walter Pinto e os outros empresários apostaram todas as fichas na beleza de suas vedetes. 

Entre 1953 e 1954 o biquíni, já comum nos palcos da revista, ainda era proibido em praias brasileiras. Em Copacabana as garotas que tentassem aparecer com o traje sumário sofriam repressão policial. Mas em 1957, o uso da peça já havia sido liberado na praia de Copacabana. Os costumes mudavam rapidamente. A década de 1950 marcava, também, a era do nudismo.

Elvira Pagã e Luz del Fuego – as duas musas do nudismo – garantiram a bilheteria de várias revistas, consideradas fracas pela crítica. A nudez de ambas, já valia o espetáculo. Como atrizes, eram sofríveis. Como vedetes, desde que não se exigissem delas talento musical e desenvoltura cênica, convenciam e prendiam as atenções masculinas.

Os teatros lotavam. Casais iam assistir. Mas ninguém comentava no dia seguinte. Elas eram péssimos exemplos para as jovens. Naquela época, o pecado ainda estava na moda.

Fonte:  As Grandes Vedetes do Brasil - de Neyde Veneziano.

Eleanor Parker

Eleanor Parker (Eleanor Jean Parker), atriz, nasceu em Cedarville, Ohio, EUA, em 26/06/1922 e era filha caçula de um professor de matemática. Causou surpresa quando, adolescente, optou pela carreira de atriz, uma vez que, ninguém da família, inclusive suas duas irmãs mais velhas, havia antes escolhido tal carreira.

Como grande parte dos atores americanos, ela começou a atuar em peças escolares.  Aos 15 anos, freqüentou o Rice Summer Theatre, em Massachusettes, durante a temporada de verão, voltando a fazer o mesmo na temporada do ano seguinte. Terminado o curso secundário, Eleanor mudou-se para a California. Uma vez lá, estudou na Pasadena Playhouse.

Certa vez, ao assistir à apresentação de uma peça teatral, um agente da Warner Bros. aproximou-se dela e lhe fez um convite, mas somente um ano depois, ao se sentir preparada, Eleanor assinou um contrato com aquele Estúdio no dia em que completava 19 anos.

Seu primeiro trabalho para a Warner deu-se numa pequena cena do filme "O Intrépido General Custer", de 1941, a qual foi cortada quando dos serviços de edição. A seguir, atuou em alguns filmes "B", antes de ter a oportunidade de conseguir melhores papéis.

Em 1951, foi indicada ao Oscar por sua atuação em "À Margem da Vida", perdendo a estatueta para Judy Holliday por seu trabalho em "Nascida Ontem", de George Cukor. Continuando a fazer sucesso, no ano seguinte, Eleanor voltou a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz por sua atuação em "Chaga de Fogo", ao lado de Kirk Douglas, desta vez perdendo o cobiçado prêmio para Vivien Leigh, por sua magnífica atuação em "Um Bonde Chamado Desejo", de Elia Kazan.

O vale dos reis (1954)
Entre outros sucessos por ela obtidos, acham-se "Scaramouche", de George Sidney, "A Selva Nua", de Byron Haskin, e "Melodia Interrompida", de Curtis Bernhardt, quando voltou a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz.

Ao longo de sua carreira, Eleanor Parker mostrou-se uma atriz versátil. Durante os anos 70, esteve presente na maioria dos filmes feitos para a televisão, com exceção de seu último trabalho para a telona, "A Morte Ronda a Pantera", de Richard Sarafian.

A década de 80 foi marcada apenas por participações em episódios para a TV, sendo seu último trabalho o de Catherine Blake, no filme produzido para a televisão, em 1991, "Dead of the Money", de Mark Cullingham.

Eleanor Parker casou-se quatro vezes: de 21/03/1943 a 05/12/1944, com Fred Losee; de 05/01/1946 a 10/11/1953, com o produtor Bert Friedlob; de 25/11/1954 a 09/03/1965, com Paul Clemens; e, finalmente, com Raymond Hirsch, de 17/04/1966 até o presente. De seu segundo casamento, com Friedlob, ela teve três filhos e de seu terceiro, com Clemens, um.

Filmografia selecionada

1941 - O intrépido general Custer
1942 - Soldiers in White (Documentário)
1942 - Busses Roar
1943 - Mysterious Doctor
1943 - Missão em Moscou
1944 - Um Passo Além da Vida
1944 - Uma Noite Trágica
1944 - The Last Ride
1944 - Pensando Sempre em Você
1944 - Um Sonho em Hollywood
1945 - Uma Luz nas Trevas
1946 - Escravo de uma paixão
1946 - Nunca me Diga Adeus
1947 - Centelha de amor
1948 - A Mulher de Branco
1950 - A morte não é o fim
1950 - À margem da vida
1950 - Três Segredos
1951 - Chaga de fogo
1951 - Rodolfo Valentino
1951 - Quero Um Milionário
1952 - Scaramouche
1952 - Seu nome e sua honra
1953 - A fera do Forte Bravo
1954 - A Selva Nua
1954 - O vale dos reis
1955 - Melodia interrompida
1955 - O homem do braço de ouro
1955 - Sangue aventureiro
1956 - Esse homem é meu
1957 - O sétimo pecado
1957 - Desejos Ocultos
1959 - Os Viúvos Também Sonham
1960 - A herança da carne
1961 - De volta à caldeira do diabo
1962 - Os Propagandistas
1964 - Suave é o Amor
1965 - A noviça rebelde
1966 - Confidências de Hollywood
1966 - Eu Te Verei no Inferno, Querida
1979 - A Morte Ronda a Pantera
1979 - Hans Brinker

Premiações

Indicação ao Oscar de atriz em Caged (“À Margem da Vida”), em 1950.
Indicação ao Oscar de atriz em (“Chaga de Fogo”), em 1951.
Indicação ao Oscar de atriz em Interrupted Melody (“Melodia Interrompida”), em 1955.

Fontes: Wikipédia; 70 Anos de Cinema.