sábado, 4 de maio de 2013

Saúde dentária


Cada um de nós é um subdesenvolvido furioso contra o subdesenvolvimento. Outro dia, fui testemunha auditiva e ocular de um episódio curiosíssimo. Era na rua Santa Luzia, esquina de México. E um idiota trepa num caixote de querosene Jacaré. Começa a fazer um comício. E que dizia ele? Falava do desenvolvimento. Imediatamente, juntou-se, ali, uma multidão de Fla-Flu.

Berrava: — "Porque o desenvolvimento, e o subdesenvolvimento, e outra vez o desenvolvimento", etc. etc. Essa música verbal fascinava a platéia. Já um amigo meu, temperamento otimista, tem uma visão menos negra da nossa miséria. Esse meu amigo viu, na TV, o Festival da Canção. Não prestou atenção, nem à música, nem à letra, nem ao canto. Estava obcecado pela saúde dentária dos intérpretes. Gemia: — "Que dentes! Que dentes!". E concluía que o nosso subdesenvolvimento é uma fraude. Se o brasileiro tem bons dentes — não é subdesenvolvido.

Mas eu falava da nossa fúria contra o subdesenvolvimento. Vejam o nosso Nordeste. A quem deve d. Hélder o seu pão de cada dia? Deve-o à fome do Nordeste. E há outros, e outros, e outros que, como o bom arcebispo, vivem e prosperam graças, ainda e sempre, à fome do Nordeste. Há mais. D. Hélder deve cada frase e cada gesto de sua retórica à bendita miséria nordestina. (Quando lá se instala uma nova fábrica ele tem urticária de ódio impotente).

Portanto, os interesses criados exigem que o Nordeste permaneça como está, rigorosamente como está. É preciso que não seja alterada uma vírgula da mortalidade infantil. O que eu queria dizer é que, em tantos casos, a raiva contra o subdesenvolvimento é profissional. Uns morrem de fome; outros vivem dela, com generosa abundância.

Todavia, existe uma paixão pior que o ódio do subdesenvolvido contra o subdesenvolvimento. Sim, há um outro tipo de ressentimento ainda mais amargo e ainda mais feroz. Refiro-me ao desenvolvido indignado contra o desenvolvimento. Aí está o exemplo dos Estados Unidos. Os Estados Unidos, além de outros méritos, puseram o homem na Lua. Devíamos dizer: — "Que país formidável!".

Outro dia, um nosso padre de passeata esbravejava no sermão: — "Paz é desenvolvimento". O sacerdote fez uma pausa, parou o gesto, arquejante da própria veemência. Repetiu, abrindo os braços: — "Paz é desenvolvimento!". Os ouvintes tremiam em cima dos sapatos. E poucos perceberam que aquilo era muito mais patético do que verdadeiro. O correto seria dizer, inversamente, que são incompatíveis a paz e o desenvolvimento.

Falei dos Estados Unidos. Se o desenvolvimento fosse a paz, o americano seria um ser paradisíaco. Tem tudo. O seu país é o mais rico do mundo. O operário vive a vida que pediu a Deus. Tem muito mais direitos do que deveres. Na guerra, os metalúrgicos tiveram o sinistro descaro de fazer uma greve. Estavam comprometendo o esforço de guerra do país; e eles, que já ganhavam bastante, queriam mais uns tostões.

Pergunto: — por que, nos Estados Unidos, é mais fácil arranjar uma girafa do que uma cozinheira? Porque, lá, a cozinheira é uma grã-fina. Boia numa banheira de leite de cabra como uma Paulina Bonaparte. E o próprio desempregado tem uma pensão suntuária. Portanto, a ser verdade o que diz o padre de passeata, o americano devia estar dando graças a Deus de ser americano. Pelo contrário.

Ainda me lembro daquele almoço de Porto Alegre. Estavam na mesa brasileiros e americanos. Um dos presentes era o nosso Sobral Pinto. E o grande Sobral começou a meter o pau nos Estados Unidos, a fazer-lhes restrições crudelíssimas. Aconteceu, então, esta coisa prodigiosa: — os americanos aderiram e malharam, também, a formidável nação. Daí a pouco, estava o Sobral a defender os Estados Unidos dos americanos.

Eis o que eu queria dizer: — o desenvolvido é um ressentido contra o desenvolvimento. Ninguém agride tanto os Estados Unidos como os próprios Estados Unidos. Há pouco tempo, passou nos cinemas de lá, em circuito normal, e, em seguida, nas TVs, um filme sobre As atrocidades americanas no Vietnã. Ora, numa guerra, todos cometem atrocidades contra todos. Seria facílimo filmar as iniquidades de parte a parte. Mas os Estados Unidos trataram de reunir uma antologia de cenas que os comprometessem ao infinito.

E o sujeito que vê tal filme imagina que só os americanos matam, só os americanos ferem, só o americano dá tiro. Por sua vez, os jornais e as agências telegráficas tratam de vender, para o mundo, uma imagem aviltada de sua pátria. Qualquer radiofoto que possa ofender o país é distribuída para o mundo inteiro. As revistas norte-americanas encomendam, no estrangeiro, artigos contra os Estados Unidos.

 Certa vez, um dos nossos intelectuais de esquerda escreveu um artigo absolutamente irracional. Lá dizia ele, mais ou menos, o seguinte: — só o americano gosta de beber, de ganhar, de matar, de roubar etc. etc. Muito bem. E o intelectual patrício mandou traduzir o artigo e o remeteu a uma grande revista dos Estados Unidos. Pela volta do correio, recebeu o cheque suntuário. E, pouco depois, via, na tal revista, seu trabalho aberto, escandalosamente, em página dupla.

Todavia, o maior enfermo do desenvolvimento americano é o estudante. O Estado lhe dá tudo para ser um gênio. É tratado a pires de leite como uma úlcera. E, no entanto, a juventude universitária é de um antiamericanismo total. Recebi, ontem, de Nova York, a carta de um amigo meu. Diz ele que, na Califórnia, os dois líderes estudantis mais agressivos são um peruano e um venezuelano.

Os desenvolvidos deixam-se manipular pelos latino-americanos. Pergunta-se: — e por que esse peruano e esse venezuelano assumem tal poder de liderança? Porque odeiam os Estados Unidos. Por isso, tantos universitários os seguem, fascinados.

Mais dramático é o nosso caso. O terrorismo instalou-se no Brasil. E os que o praticam são brasileiros que se dizem chineses. Por aí se vê que nos falta também, e por motivos diferentes, um mínimo de auto-estima. Cabe então a pergunta: — por que a China, ou Cuba, ou Rússia, e não o Brasil? Por que esses homicidas, incendiários e assaltantes precisam pôr um sotaque no próprio ódio?

Imaginem que nem os chineses entendem os chineses. O que nós chamamos China são várias Chinas. Eis um povo que não tem um idioma único e nem, ao menos, o mesmo Deus. Por enquanto, o que dá aos chineses uma certa unidade é o terror. Sabemos que o medo junta e até quando? Há de chegar um dia em que, naquele território, aparecerão vários mao tsé-tungs, várias guardas vermelhas. E recomeçará o caos da China. Velha China, de Pearl Buck.

Vi tantas vezes jovens brasileiros gritando: — "Vietnã, Vietnã, Vietnã!". Isso nas barbas da rua do Ouvidor, da rua Sete, do largo da Carioca. E se confessavam, aos berros, chineses, ou vietcongs, ou cubanos. Certa vez, condenando meus artigos, telefonou-me uma aluna da PUC. Disse o diabo e concluía: — "Sou da linha chinesa".

Ninguém é brasileiro, nem quer fazer uma revolução brasileira. Simplesmente, o Brasil não existe. E vi, em outra ocasião, uma cena que não me canso de relembrar. Numa passeata, um jovem estudante carregava um cartaz:

— "Muerte" a não sei o quê. O jovem queria matar em espanhol.


[9/10/1968]
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A Cabra Vadia: novas confissões / Nelson Rodrigues; seleção de Ruy Castro. — São Paulo:  Companhia das Letras, 1995. 

O índio

Contou como é que foi. Disse que — de repente — resolveu se fantasiar, coisa que não fazia há anos. Podia optar por duas fantasias: a de árabe ou a de índio, que são as mais fáceis de se fazer a domicílio.

Árabe — sabem como é — a gente faz até com toalha escrito "Bom Dia". Amarra uma de rosto na cabeça e enrola outra de banho no corpo. Por baixo: cueca. Nos pés: sandália. Não fica um árabe rico, mas já dá pro consumo. Índio ainda é mais fácil. Faz-se com uma toalha só, bem colorida. Enrola-se a dita na cintura, com short por baixo. Na cabeça coloca-se o que antes foi o espanador.

Contou que foi de índio porque em casa tinha dois espanadores. Não ficou um índio legal, desses que o John Wayne mata aos potes, em cinemascope. Mas também não chegava a ser desses índios mondrongos que tiravam retrato com o Dr. Juscelino. Se tivesse saído de árabe não teria apanhado a vizinha, distinta que vinha cercando desde setembro, quando ela se mudara para o 201.

E continuou contando.

Índio de óculos também já era debochar demais da realidade. Assim, ao sair pela aí, deixou os óculos na mesinha de cabeceira. Andou pela Avenida, viu as tais sociedades carnavalescas e depois entrou num bar para lavar a caveira. Quando voltou para casa estava ziguezagueando.

Bebera de com força e entrou no edifício balançando. E — coitado — sem óculos, não enxergava direito. Subiu no elevador, saltou no segundo e foi se encostando pelas paredes do corredor. Tava um índio desses que quer apito.

— Que é que tem tudo isso a ver com a vizinha?

Sem óculos — tornou a explicar — em vez de entrar no 202 (seu apartamento), viu a porta do 201 aberta e foi entrando de índio e tudo.

— Era o apartamento da vizinha?

— Era.

— E ela?

— No começo não quis. Mas acabou entrando pra minha tribo.

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Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

Freekeh, o alimento da moda


Conhecido pelos árabes há mais de quatro mil anos, o freekeh (lê-se "frique") é novidade em alguns restaurantes brasileiros e mania entre gourmets dos Estados Unidos e da Europa. Originário da Síria, o grão tem ficado famoso até entre celebridades, como a apresentadora Oprah Winfrey, que declarou ser fã desse tipo de trigo. Também conhecido como friki ou trigo verde, ele tem propriedades nutricionais que o colocam no grupo dos "supergrãos".

Seu cultivo começou há cerca de dez mil anos. A colheita do trigo era feita com a semente ainda verde. Segundo a nutróloga e diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia) Marcella Garcez, além de ser colhido precocemente, o trigo passava por um processo de queima. "Era colocado para secar na palha e em seguida as sementes eram esfregadas. O resultado era uma semente quebradinha, sem casca e de cor preta", afirma.

O novo queridinho tem alto teor de proteínas, grande quantidade de fibras alimentares e baixo índice glicêmico. "Além disso, o freekeh possui amido resistente, sendo considerado um prebiótico porque estimula a proliferação das bactérias 'boas' do sistema digestivo", diz a nutricionista Hediane Warrak, da Unimed Rio.

A lista de benefícios do grão milenar não para por aí. "Ele também auxilia a regulação intestinal, reduz o risco de desenvolver doenças do intestino, ajuda no controle da diabetes, previne degeneração muscular e contribui para perda de peso por dar a sensação de saciedade", explica Warrak.

Outra vantagem do trigo verde é que ele é versátil. "Pode ser consumido no meio de saladas, sopas, como acompanhamento e até mesmo como trigo integral em receitas", ressalta Garcez. Uma dica da nutricionista da Unimed Rio é torrar o friki em uma frigideira, para ser consumido descascado, como se fosse um amendoim.

Nova quinoa

Alto valor proteico e baixo índice glicêmico também são propriedades da quinoa, grão da planta de mesmo nome que teve seu momento de fama, mas tem sido deixado de lado pelos gourmets pelo preço alto.

O tipo de trigo já tem sido divulgado por pessoas ligadas às novidades em superalimentos, como Michelle Franzoni, que emagreceu 32 kg com reeducação alimentar e procura sempre novidades que auxiliam o emagrecimento. Em seu Blog da Mimis, onde ela compartilha dicas de alimentos que ajudam a emagrecer e proporcionam o bem-estar, Franzoni indicou o freekeh, que foi muito bem recebido pelas leitoras.

A comparação das tabelas nutricionais entre os grãos não deixa dúvida de que o freekeh pode ser considerado a "nova quinoa": 100g de freekeh possuem 16,5 g de fibras e 12,6 g de proteínas, enquanto a quinoa contém 14,1 g de proteínas e apenas 5,1 g de fibras. A nutróloga da Abran destaca que o trigo verde tem um sabor defumado e mais acentuado, enquanto a quinoa tem um toque amargo.

O freekeh está, aos poucos, conquistando seu espaço no Brasil e por isso ainda não é encontrado tão facilmente. Alguns restaurantes e empórios árabes, além de lojas de produtos naturais, já possuem o supergrão que promete ser, apesar de antigo, a nova aposta dos adeptos da alimentação saudável.

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Fonte: Uol
Texto: Laís Peterlini

Antiginástica

Thérèse Bertherat
Método baseado em alinhamento e posturas corporais diminui as tensões e aumenta a força corporal.

Se atividades físicas são apontadas por especialistas como elemento fundamental ao bem estar e a saúde, que vantagem há na antiginástica?

Com a criação do método na década de 70 sua autora Thérèse Bertherat não pretendeu denegrir a ginástica convencional e sim dar ênfase a necessidade de se conhecer o próprio corpo para poder trabalhá-lo.

A antiginástica privilegia alongamentos, relaxamento muscular e alinhamento postural constantes, visando à reconstrução de uma nova postura. O objetivo é fazer o corpo respeitar suas forças e diminuir suas tensões. Cada sessão leva a oportunidade de descobrir – e redescobrir - partes do corpo que não eram trabalhadas por falta de consciência ou hábito.

Uma seção dura em média uma hora e meia e é feita em grupos de, no máximo, cinco pessoas, que refletem sobre as sensações do corpo. Os exercícios podem ser praticados por pessoas de qualquer idade e objetivam o equilíbrio do físico, trabalhando emoções dolorosas que acabam por trazer tensões aos músculos do corpo.

A medida que o trabalho avança as más posturas, dores e tensões vão sendo abandonadas e os movimentos, posturas e respiração vão se alinhando e retomando a forma natural.

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Fonte: Bem Star
Texto: Yasmin Barcellos

Oito mitos sobre a dor na coluna

Sedentarismo, má postura e estresse são cenários presentes na vida de muitos brasileiros, e alguns dos maiores causadores de dor na coluna. De acordo com dados da Previdência Social, a dor de coluna responde por quase 160 mil licenças requisitadas por ano no país. A coluna vertebral é composta por vértebras, discos intervertebrais, nervos, músculos, medula e ligamentos. É nesse conjunto que acontece a maior parte das disfunções que causam dores nas costas. 

Apesar de ser sempre tratada como uma doença isolada, as dores na coluna podem ser tanto um reflexo de maus hábitos como um sinal de doenças mais graves - lombalgia (dor na lombar), hérnia de disco, e artrose, por exemplo. Por ser um tipo de dor nas costas muito comum, existem várias crenças e soluções caseiras para tratar ou evitar a dor na coluna que não passam de mito. Confira o que os especialistas dizem sobre o assunto e saiba mais sobre o problema:

Mito 1: Dores na coluna sempre indicam uma doença grave

"Na maior parte das vezes as dores na coluna estão relacionadas a distúrbios musculares e posturais, que apesar do incômodo, não tem maior gravidade", afirma o ortopedista Marcelo Wajchenberg, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O ortopedista Renato Ueta, do departamento de Ortopedia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que toda a dor na coluna é um sintoma de alerta, e como tal deve ser investigada. "É importante fazer uma avaliação médica e descartar a possibilidade de outras doenças, principalmente se a dor for reincidente."

Mito 2: Excesso de exercício físico provoca dor na coluna

É comum pensarmos que as dores nas costas após uma série mais puxada de musculação é normal, mas isso está longe de ser verdade. "O erro não está no excesso de exercício, mas sim na forma como ele está sendo feito ou na carga aplicada", explica o ortopedista Renato. O especialista afirma que fazer movimentos errados, não manter a postura ou então usar uma carga muito acima do recomendado são os verdadeiros causadores de dor na coluna durante a atividade física. "Quando bem realizado, o exercício físico auxilia na prevenção da dor nas costas", completa o ortopedista Marcelo.

Mito 3: Toda a dor na coluna deverá ser tratada com cirurgia

"Fisioterapia, orientações de postura e ergonomia, controle de peso, atividade física saudável e uso de medicamentos, quando necessário, são as primeiras opções para tratamento", diz o ortopedista Marcelo. A cirurgia como opção de tratamento vai depender da causa da dor, mas em geral o procedimento é encarado como última alternativa, se não acontecer a melhora dos sintomas com os tratamentos anteriores. Por isso é importante consultar um médico, que irá investigar as causas da dor e indicar o tratamento adequado.

Mito 4: A cirurgia de coluna vai curar a dor nas costas completamente

Até mesmo nos casos em que a cirurgia é a melhor saída, o procedimento não garante por si a melhora total das dores. Segundo os especialistas, ela é apenas uma parte de um tratamento completo. "Todo paciente que fez cirurgia para coluna deve receber amparo de um fisioterapeuta", afirma o ortopedista Marcelo. "Achar que a cirurgia vai eliminar completamente os problemas sem qualquer outro acompanhamento não passa de mito", alerta Renato Ueta.

Mito 5: Repouso é o melhor remédio para a dor na coluna

"O repouso é considerado uma etapa do tratamento, e não o único", explica o ortopedista Renato. Quando a origem das dores é mecânica ou postural, o relaxamento de fato irá aliviar a dores , mas ao forçar mais o órgão, a dor irá voltar. "O repouso prolongado pode inclusive prejudicar (enfraquecer) a musculatura do paciente", diz Marcelo Wajchenberg. Reeducação postural, alongamentos e acompanhamento de um profissional são as melhores saídas para acabar com a dor na coluna.

Mito 6: Dor na coluna é algo inerente ao envelhecimento

O envelhecimento, assim como o sedentarismo, é um fator de risco para a dor na coluna - mas não é determinante. Ou seja, nem toda a pessoa idosa sofrerá com dores nas costas, mas as chances de ela ter episódios de dor são maiores. Isso acontece porque o envelhecimento gera naturalmente um desgaste dos músculos e ossos, aumentando o risco de dores e doenças como artrose. "Por isso é importante a prevenção com prática de atividade física e conservação da postura, pois quanto mais você fortalece seus músculos e ossos na juventude, menos desgaste ele terá", diz o ortopedista Renato.

Mito 7: Dormir no chão ou num colchão duro é bom para a coluna

Dormir em colchões muito duros ou no chão além de não prevenir dores nas costas, pode favorecê-las, já que pode prejudicar a postura durante o sono. "Mais importante que a densidade do colchão é o jeito de dormir", ressalta Rentato Ueta. "A melhor posição para dormir é de lado, com um travesseiro entre as pernas, e devemos evitar ao máximo dormir de bruços, que é a pior posição", completa. O travesseiro que usamos também influencia em dores na coluna: independente de seu tamanho ou densidade, o travesseiro deve deixar o pescoço em uma posição neutra. "O colchão que não recomendamos efetivamente é aquele que já está velho, que já se moldou ao corpo do paciente." Antes de comprar um colchão novo, verifique numa loja especializada se a densidade do colchão é adequada para o seu peso.

Mito 8: Estar acima do peso sempre vai causar dor na coluna

É fato que o excesso de peso sobrecarrega as estruturas da coluna vertebral, aumentando o risco de dor no local. Entretanto, esse não é um fator determinante para dores na coluna. "Mais do que a obesidade, o sedentarismo é o grande vilão das dores e problemas na coluna, justamente porque a falta de atividade física causa um enfraquecimento precoce dessas estruturas", diz o ortopedista Renato. "Tanto que pessoas com obesidade, mas ativas, tem menos chances de sofrer com as dores do que uma pessoa sedentária com IMC normal."

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Fonte: Minha Vida
Texto: Carolina Gonçalves